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sábado, 27 abril, 2024

LULA 2023: Governando com a Lanterna na Popa

A despeito da insistência de Lula de permanecer com a lanterna na Popa; a Autoridade Monetária sustenta seu compromisso com a estabilidade da moeda

O Presidente Lula insiste na retórica de confronto que usou no início dos anos 2000, quando um exógeno boom de commodities reduziu a taxa de câmbio e, a reboque, vieram as quedas de custos de produção, e da taxa de inflação.

Aquele momento foi uma tempestade perfeita para os Presidentes das Repúblicas Sul-Americanas, produtoras de commodities – Brasil inclusive.

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Foi uma conjuntura econômica muito favorável ao comércio; porque reduzia custo e aumentava consumo interno e externo (exportações); disseminando-se na América do Sul como rastilho de pólvora; para o alento dos Chefes de Estado da região – também, Brasil, inclusive.

Esse contexto lhes permitiu gastar, sem se preocupar com os limites de gastos fiscais.

Ou seja, favoreceu a usual retórica ufanista de Chefes de Estado das Repúblicas Sul-Americanas para gastarem o dinheiro público; e que em 2023 o Governo Lula está longe de ser.

Não fosse o adequado e irrevogável posicionamento do então Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, quanto aos rumos que deveriam ser dados à Política Monetária – os efeitos negativos da crise do Sub-prime teriam sido bem mais desastrosos do que foram para a economia brasileira.

A estabilidade macroeconômica daquele momento foi assegurada por um fator exógeno – boom das commodities – e por um endógeno – o adequado senso de direção e responsabilidade, do Presidente do Banco Central.

Foi o posicionamento de Meirelles que deu ao mercado brasileiro a possibilidade de enfrentar apenas uma marolinha – foi como Lula 2000 denominou o impacto da crise do SubPrime sobre a economia brasileira.

Resumindo, até os anos 2010 o ambiente de negócios no Brasil, foi oportuno para os Governos Lula e Dilma; que os aproveitaram com a desfaçatez que é inerente aos gestores fiscais irresponsáveis.

Agora, o Presidente Lula, em sua versão 2023, está, novamente, na posição de Chefe de Estado.

Mas, tanto o cenário macroeconômico, quanto o tecnológico, mudaram. Essas mudanças alteraram o ritmo e o padrão de funcionamento das economias mundiais. Estão completamente diferentes ao dos anos 2000; assim como o padrão de Política de Estado.

Mesmo assim, Lula 2023 insiste em governar usando como parâmetros os fatos econômicos passados.

Sendo assim, governa com a lanterna na Popa. Aquela que só ilumina para trás.

Lula 2023 se elegeu prometendo impulsionar o crescimento econômico e social.

Mas, sua fala persiste em retórica que sequer apresenta uma proposta para as necessárias mudanças estruturais que darão oportunidades de crescimento econômico e social para a economia nos anos 2020.

Sendo assim, é incapaz de buscar as oportunidades para o futuro sem recorrer ao conveniente discurso de que o obstáculo à estabilidade é efeito do conservadorismo das Políticas Monetária e Fiscal.

Entretanto, são exatamente esses conservadorismos que têm evitado que a economia brasileira chegue à vexatória e preocupante posição de hiperinflação.

Crescimento e Desenvolvimento são efeitos de decisões responsáveis de Governo – em que também estão o Sistema Tributário, e a Autoridade Monetária.

Felizmente, a despeito da insistência de Lula de permanecer com a lanterna na Popa; a Autoridade Monetária sustenta seu compromisso com a estabilidade da moeda – olhando para frente. É preciso esperar para ver até quando o ufanismo do Presidente o manterá guiando-se pela lanterna na Popa.

Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School. É coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.

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