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sábado, 27 abril, 2024

Logística é desafio para exportações do café brasileiro

Conilon capixaba vive bom momento, mas pode melhorar, segundo estudo do Cecafé.

Por Gustavo Costa

Com exportações recuando 0,4% em 2023 em relação ao ano anterior, o Brasil comercializou 39,247 milhões de sacas de 60 quilos. Os especialistas apontam a questão logística como principal entrave para o setor ter melhores resultados.  

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De acordo com estudo apresentado à imprensa nesta segunda-feira (15) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), se desenhou um bom cenário para os cafés conilon e robusta, que tiveram embarques que superaram 4,7 milhões de sacas, marcando o segundo melhor desempenho na história, ficando atrás somente de 2020.

Mas existem desafios a se enfrentar. Nos primeiros seis meses do ano passado o cenário foi de exportações mais tímidas, muito por conta da menor quantidade de café disponível pelas últimas safras fracas em virtude do clima. Já no segundo semestre, mesmo com a produtividade tendo equilibrado o setor, a baixa capacidade dos portos é um gargalo que vem tirando o sono de muitos produtores.  

Atrasos foram identificados nas embarcações de café durante o ano inteiro. “O nosso problema está entre embarque e navegação. Se a gente não tivesse entraves ainda em dezembro, o desempenho das exportações poderia ter sido superior ao do ano anterior, e provavelmente exportaríamos até 2 milhões de sacas a mais”, explicou o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.

Café do Espírito Santo

Ferreira lembrou da importância do Espírito Santo na questão das exportações brasileiras. “O Estado é o maior produtor de café conilon no Brasil disparado. E estamos vivendo um momento muito especial para os produtores, conilon está girando na faixa dos R$ 800. Os preços na bolsa de Londres batem recordes, o café brasileiro tem uma competitividade muito grande quando comparado ao produto vindo de outros lugares. Isso faz com que tenhamos essa possibilidade no Estado”, enfatizou ele.

Outro destaque apontado por Márcio é que mesmo países que produzem acabam também tendo que importar do Brasil, e claro, do Espírito Santo. “Aí a gente pensa que o país não precisaria importar, bastava fazer um ajuste para atender a demanda interna. Mas há uma demanda muito grande para exportar e países como Vietnã, Indonésia, tem que trazer café do Brasil para conseguir atender o seu próprio consumo interno, seja na forma de café torrado/moído ou solúvel. E isso deve continuar no próximo semestre, antes da nova safra. É um cenário muito bom para quem produz o café conilon”, disse.

Segundo o presidente, a condição climática até é um fator limitante a se considerar, mas nada que afete de forma grave a produção do conilon. “Olhamos com cuidado a questão da estiagem, novembro e dezembro principalmente. Nas últimas semanas tivemos mais chuvas, nada que vá zerar o problema, mas pelo menos já reduz o impacto da estiagem. Lembrando que a produção de conilon já tinha uma tendência de aumentar. Vamos continuar tendo uma boa participação do conilon tanto no mercado interno quanto no internacional”, finalizou.

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