Pela primeira vez uma mulher assumiu a presidência do Legislativo da capital; Karla Coser é a única vereadora da Casa
Por Robson Maia
Pela primeira vez na história a Câmara de Vitória tem uma mulher como presidente da casa de Leis do município. A vereadora Karla Coser (PT), única mulher a ocupar uma cadeira na atual legislatura, assumiu o cargo de forma interina, em ato simbólico promovido em função do Dia Internacional das Mulheres, comemorado na próxima sexta-feira.
O gesto simbólico foi oficializado pelo presidente da Casa, vereador Leandro Piquet (Republicanos), em uma publicação nas redes sociais. O vereador destacou o episódio como uma tentativa de dar enfoque ao trabalho desenvolvido pelas mulheres e reconheceu a importância da participação feminina na política capixaba.
“Esta semana vamos colocar toda nossa atenção sobre as mulheres, comemorando essa importante data: o dia internacional das mulheres. E a melhor forma de fazer isso na Câmara de Vitória é reconhecendo a representação da nossa única vereadora, Karla Coser”, escreveu o parlamentar.
Na história do Legislativo da capital, apenas oito mulheres conseguiram se eleger para o cargo de vereadora. Na atual legislatura, além de Karla Coser, Camila Valadão (Psol) também obteve uma das 15 vagas, contudo, Valadão foi eleita em 2022 para a Assembleia Legislativa (Ales), atuando como deputada estadual desde então.
Em entrevista à ES Brasil, Karla Coser comentou o ato simbólico de presidir as sessões na Câmara de Vitória e destacou a necessidade de políticas que fomentem a participação feminina na política capixaba.
“Esse ato simbólico do presidente Piquet foi muito importante. A Câmara de Vitória, até hoje, nunca teve uma mulher presidente, nem disputando na verdade a cadeira de presidente. Nós tivemos apenas oito mulheres eleitas na história da Câmara de Vitória, já somando a última eleição, com a minha eleição e a da hoje deputada Camila Valadão. Então, é um ato simbólico, mas que tem essa lógica de mostrar para as mulheres que elas podem ocupar esse espaço também”, disse a presidenta interina da Casa.
A vereadora estabeleceu ainda uma comparação entre a população feminina da capital a e falta de representatividade no Legislativo. Segundo ela, a ocupação da cadeira pode servir como simbologia para as próximas gerações.
“ [É necessário] incentivar candidaturas femininas, a participação real e competitiva de mulheres na política, não apenas para cumprir cotas. A gente ainda está muito atrasado no que diz respeito à representação feminina. No Espírito Santo, as mulheres são 53% da população e a gente não chega a [ocupar] 20% nas câmaras. São 15% apenas. Então eu acho que é um ato simbólico. Que o ato do presidente foi importante, mas minha torcida mesmo é para que a gente consiga ocupar de fato as cadeiras e ter candidaturas competitivas, inclusive para a presidência desta Câmara de Vereadores aqui da nossa capital”, complementou a parlamentar.
A primeira sessão presidida pela vereadora, na última terça-feira (5), contou com a apreciação de matérias. Entre elas, os vereadores aprovaram o Projeto de Lei que declara de Utilidade Pública o ‘Instituto Elimu Professor Cleber Maciel’.
O Instituto tem uma trajetória dedicada à promoção dos direitos da população negra capixaba e ao combate ao racismo, por meio de pesquisas, formações, educação antirracista, publicações de livros e realização de atividades culturais, incluindo cursos de estética negra.
