Em entrevista ao ES Brasil, o CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, revela que fábricas devem operar ainda no 1º semestre e os investimentos neste ano
Por Gustavo Costa
O CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, fala sobre os planos para o Espírito Santo durante 2024 e como funciona o novo programa de energia solar, disponível tanto a pessoas físicas quanto jurídicas.
ES Brasil – Além das subestações e usinas, quais os próximos planos da EDP no Estado?
João Marques da Cruz – São investimentos robustos, de mais de R$ 910 milhões no Espírito Santo em 2024. Mais de R$ 810 milhões serão direcionados para projetos de infraestrutura de distribuição, reforçando o sistema elétrico para o desenvolvimento das 70 cidades da nossa área de atuação. Esses projetos têm como foco a expansão da rede, melhorias operacionais, redução de perdas, digitalização e atendimento ao cliente. E mais R$ 100 milhões dos aportes foram direcionados para quatro usinas solares de geração distribuída.
Queremos continuar expandindo e melhorando a nossa atuação, aumentando a capacidade e trazendo mais confiabilidade ao fornecimento de energia, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a expansão da atividade industrial e turística no Estado.
Também queremos consolidar e expandir nossa atuação em geração solar distribuída em todo o país, com investimentos de R$ 2,3 bilhões previstos até 2026, e o Espírito Santo é uma região prioritária para a EDP também neste segmento. Os investimentos em energia solar no estado fazem parte da estratégia da EDP para liderar a transição energética, contribuindo para o acesso à energia renovável e a descarbonização da economia.
Atualmente, a EDP tem 87 usinas solares de geração distribuída no Brasil, sendo 48 já em operação. Somente no Espírito Santo, a EDP conta com 13 usinas solares. Desse total, dez já estão em operação e três estão em construção, com previsão de serem energizadas ainda no primeiro semestre de 2024.
Es Brasil – A EDP lançou o programa Solar Digital EDP, um serviço de assinatura de energia solar. Existem diferentes pacotes para residências e empresas?
João Marques da Cruz – Estão habilitadas pequenas e médias empresas do grupo B (baixa tensão) e pessoas físicas que tenham uma fatura mensal de energia elétrica a partir de R$ 250, sem fidelidade de contrato (o cliente pode sair a qualquer momento, com aviso prévio de 90 dias), sem taxa de adesão ou custo de manutenção.
Os clientes que contratarem o serviço até o final de março podem garantir uma economia de até 18%. A adesão pode ser feita de forma 100% online (https://empresas.edp.com.br/) e não requer do cliente qualquer investimento com a instalação de placas solares, nem alterações na rede elétrica.
ES Brasil – Durante a cerimônia de inauguração das subestações e usinas, o senhor comentou que a rede de distribuição do Espírito Santo é uma das melhores do país. Por quais fatores a rede capixaba se destaca?
João Marques da Cruz – A EDP Espírito Santo foi a distribuidora que atingiu o nível de excelência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no indicador de percentual de conjuntos FEC violados, que mede a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora. Isso demonstra o comprometimento da EDP em fornecer o melhor serviço de energia elétrica aos consumidores do Estado.
ES Brasil – O cliente que quiser fazer a assinatura do Solar Digital consegue substituir 100% a energia elétrica?
João Marques da Cruz – Residências e comércios que queiram economizar na conta de luz podem aderir ao Solar Digital EDP. O programa vem para trazer economia e sustentabilidade ao oferecer a oportunidade de consumir energia solar, ou seja, limpa e renovável, de forma simples e sem burocracia, com desconto de até 18% na conta de luz.
A energia gerada pelas usinas solares de geração distribuída da EDP é injetada na rede elétrica da distribuidora local e se transforma em créditos que são compensados na fatura do cliente. A energia chega até o consumidor da mesma forma, pela rede da distribuidora de energia, mas com o desconto. No caso de o cliente realizar a adesão referenciando a sua necessidade de consumo total, a energia do Solar Digital pode, sim, atender não só para os principais “vilões” do consumo, mas com base em toda a carga do cliente.
Ao aderir ao serviço de Solar Digital, o cliente passa a receber duas faturas: a da EDP, com a energia solar consumida, e a da EDP ES (distribuidora), com os custos obrigatórios (disponibilidade, iluminação pública, impostos não compensáveis de PIS/Cofins e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS), além do excedente de energia, caso tenha consumido mais kW do que o volume de solar contratado.
Es Brasil – Quem já possui um equipamento on grid ou off grid funcionando também poderá aderir ao Solar Digital?
João Marques da Cruz – Neste caso, o Solar Digital EDP não é indicado, pois se a empresa ou pessoa já tiver uma geração solar local, que atenda à sua necessidade de carga, os créditos de compensação provavelmente já são gerados pela própria instalação.