Instituto tranquiliza sociedade sobre encalhe de baleias

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Especialistas orientam cuidados com a segurança ao avistar encalhes de animais vivos na praia. Foto: Divulgação.

Encalhe de baleias no ES: apesar das ocorrências, número está dentro da normalidade

Por Paula Bourguignon

Especialistas orientam cuidados com a segurança ao avistar encalhes de animais vivos na praia

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Caso você esteja curtindo uma praia e veja alguma baleia encalhada, não estranhe. Cerca de 20 mil baleias-jubarte passarão pelo litoral brasileiro até o final da temporada, com previsão de ser até novembro.

A passagem das gigantes do mar tem proporcionado o registro de lindos momentos nas saídas de turismo e nas expedições de pesquisa. No entanto, o encalhe de baleias nas praias do Espírito Santo sempre causa preocupação na população.

Dados confirmam que, até o final da primeira quinzena de agosto, foram registrados 45 encalhes em todo o Brasil, destes, cinco foram no Espírito Santo. A equipe de pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte tranquiliza a sociedade sobre essas ocorrências.

“Essa temporada tem sido excepcional no número de indivíduos vivos avistados no litoral capixaba. Esse número de encalhes é considerado normal, dentro da média histórica. Tranquilizamos a população, pois a ocorrência dos registros de encalhes não está associada a um aumento da mortandade desses animais, podem ser atribuídas ao tempo e vento trazem essas carcaças para as praias”, comenta Eduardo Camargo, presidente do Projeto Baleia Jubarte.

O especialista aponta que a temporada de baleias-jubarte está no pico e, por isso, o encalhe de filhotes e juvenis poderá ser maior. No entanto, reforça os cuidados com a segurança ao avistar estes animais na praia.

“Quando a baleia encalha, viva ou morta, orientamos a acionar o Projeto Baleia Jubarte e o Instituto Orca para seguir com os procedimentos necessários. Tentar devolver os indivíduos que encalham vivos é muito perigoso, porque a baleia pode rolar para cima das pessoas e causar um acidente maior e, por isso, é importante que essa atividade seja orientada por profissionais com experiência. Mesmo os filhotes, pesam mais de uma tonelada”, alerta.

Milton Marcondes, diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, destaca que o número de encalhes está dentro do esperado. “O número de encalhe de filhote deve aumentar durante o mês de agosto e setembro, que são meses com grande número de nascimentos”, explica.

O especialista relata que, no passado, foram registrados poucos nascimentos, no entanto, a expectativa é que a temporada de 2022 tenha uma natalidade maior. “A proporção de filhotes, em relação ao número de adultos, estava bem baixa em 2021. Isso significa que tínhamos muitas fêmeas sem filhotes, disponíveis para acasalar, e como a gestação é de quase 12 meses, provavelmente esse ano teremos um grande número de nascimentos. A expectativa é de um aumento da natalidade, mas é algo ainda a ser confirmado”, comenta Milton.