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sábado, 27 abril, 2024

Inovação e realidade na área portuária movimentam o Ifes

Com palestras de profissionais do setor de portos, seminário reuniu centenas de estudantes em Cariacica

Por Gustavo Costa

Um espaço para o setor produtivo explanar para a academia os seus projetos de investimento e quais tecnologias que estão sendo produzidos no setor portuário. Pautado por esse objetivo, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) em Cariacica promoveu, nesta quarta-feira (27), o Seminário de Portos.

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O auditório da instituição ficou lotado para a programação que teve início pela manhã e foi até a noite, sempre abordando o tema “atuação portuária e a educação profissional e tecnológica dos trabalhadores dos portos”.

Para o professor de Portos e coordenador do evento, Luiz Fernando Barbosa Santos, a expectativa do seminário de fazer a ponte entre os estudantes e as tecnologias e demandas do setor portuário. “Ao conhecer essas tecnologias, a academia pode pesquisar, produzir conhecimento e conteúdos para atualizar a grade curricular dos cursos e devolver à sociedade civil e econômica trabalhadores que possam se inserir qualificadamente no mercado de trabalho. Esse seminário permitiu esse diálogo franco, aberto, horizontal da academia com setor produtivo”, falou.

De acordo com professor, os profissionais de alta experiência fizeram com que os presentes refletissem. “Aquilo que ensinávamos até o ano passado, permanece válido após esse acelerado processo de automação, big data, inteligência artificial e a modificação do espaço produtivo? A atual transição energética que pressupõe a substituição dos gases de efeito estufa, como isso irá impactar os modos de transporte? Os atuais modos de transporte que tem no Instituto Santo permanecerão competitivos num processo de grande competição entre os fortes? Isso quer dizer que a academia, o Ifes, tem uma grande responsabilidade para com a sociedade capixaba de garantir que aqui ainda. Uma plataforma logística do estado brasileiro. Isso quer dizer emprego e renda. É isso que a gente está debatendo no presente: como seremos no futuro”, enfatizou.

Para os estudantes, o balaço do seminário não poderia ser melhor. Foi o que observou a aluna do curso de Economia, Ana Emília Ferreira Furtado. “Tema de extrema importância, especialmente para nós, capixabas: a automação portuária. Estamos prontos como profissionais para enfrentar esse desafio? Como podemos nos capacitar para as futuras oportunidades no porto de Aracruz? A automação não traz inovação apenas em termos de segurança e flexibilidade, estimula a proatividade”, apontou.

Programação

O diretor de Infraestrutura e Operações da Vports, Alsimar Damasceno, falou sobre “O plano de desenvolvimento e zoneamento portuário e a automação e digitalização dos portos” durante o painel “A jornada de transformação na indústria marítima e portuária impulsionada pela entrada na era da digitalização e automação”.

Em seguida foi a vez do painel “Os projetos de automação e digitalização portuária em implantação no Estado”, que recebeu Giovani Baioco, gerente de manutenção e engenharia de terminais na Log-In Logística Intermodal, falando sobre “O processo de automação e digitalização de terminal portuário”; Alexandre Bilot, gerente da Portocel, abordando “Veículos autônomos e a movimentação de cargas nos portos”; e Roberto Haase, diretor do Sindicato dos Conferentes de Carga no Estado, palestrando acerca da “Digitalização das conferências de carga e descarga”.

Não existe opção: automação é sobrevivência

Já à noite, aconteceu o terceiro painel, “Alogística como fator sistêmico da competitividade”, com Julio Cezar Brasileiro, gerente de Manutenção & Equipamentos da Imetame.

O gestor ele abordou “Os novos portos e a automação portuária”, em uma palestra acompanhada com muita concentração pelos estudantes. “A gente tem que pensar na automação de formas distintas: uma é a automação de equipamento, voltada principalmente à segurança, segurança operacional, segurança da vida. E que trata de proteger a vida, proteger o patrimônio, proteger as pessoas do entorno. Você instala e existem muitos sistemas que fazem com que o equipamento veja aquilo que o operador não consegue ou não vai ver. Ele bloqueia e redireciona, corrige, etc. Então isso seria para poder garantir uma segurança operacional, uma segurança para as pessoas, para a operação”, falou.

Segundo, ele, é no meio dessa segurança que aparece a necessidade de uma velocidade operacional mantendo o nível de segurança. “Eu já estou obtendo as duas coisas, segurança com produtividade. Aumento a produtividade, mantendo o risco sob controle. Então, esse é um lado da automação que tem que ser visto. O outro lado é que a atividade portuária é uma atividade muito regulada. Prestamos conta o tempo todo para uma série de órgãos, principalmente para a Receita Federal. E tem todo um contato com o mundo exterior em relação ao dono da carga, quem leva a carga, quem traz a carga”, frisou.

Para Brasileiro, investir em automação não é uma questão de opção, e sim sobrevivência. “Ou a gente automatiza, ou a gente está fora do mercado. Simples assim. A gente tem que ter condições de sustentar, suportar, apoiar a operação do operador e apoiar a operação de quem desenvolve a documentação e dados de maneira segura. É o único jeito da gente ser competitivo em relação ao mundo. Temos que correr atrás, temos que tirar esse atraso e isso passa por equipes capacitadas. E aí entra a importância desse seminário: será gente que vai operar, que vai programar isso, que vai configurar”, finalizou.

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