Deputados estaduais realizaram encontro com representantes da Vale para acompanhar o andamento de linha férrea que ligará Santa Leopoldina ao Porto de Ubu
Por Robson Maia
Em visita técnica na tarde desta quinta-feira (14), os deputados estaduais conheceram o andamento do projeto da linha férrea que interligará os municípios de Santa Leopoldina, na Região Serrana, a Anchieta, Região Sul. Conhecido como Ramal Anchieta, o trecho será uma continuação da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e também será construído e operado pela Vale.
Em Anchieta, o ponto final da linha férrea será o Porto de Ubu, a cerca de 20 quilômetros da região central do município. Durante a visita técnica para o entendimento das etapas das obras, o presidente da Frente Parlamentar (FP) que cuida do tema, deputado Tyago Hoffmann (PSB), ressaltou a importância da iniciativa para estimular a economia estadual, sobretudo na Região Sul por conta da indústria petrolífera.
“Nós criamos essa Frente Parlamentar para acompanhar as ações da Vale e do Governo do Estado na construção desse ramal sabendo da importância para a geração de emprego e renda e para o desenvolvimento do Sul do Espírito Santo.[…] Tivemos um dia muito proveitoso, conhecemos toda a operação da ferrovia. Os projetos estão concluídos, já estão em fase de desapropriação. Quando começarem as obras, isso vai gerar 1.500 empregos no estado”, declarou Hoffmann.
A comitiva que participou do encontro foi formada ainda pelos deputados Bispo Alves (Republicanos) e pelo presidente da Comissão de Infraestrutura, Alexandre Xambinho (Podemos).
A primeira fase do projeto contempla cerca de 80 quilômetros de linha tronco de Santa Leopoldina até Anchieta. Já a segunda fase incluirá a construção de mais 20 quilômetros (alça de Ubu), conectando a linha principal ao porto, totalizando 100 quilômetros de ferrovia. O trem que operará na região não realizará o transporte de passageiros, mas sim de cargas, visando o desenvolvimento industrial capixaba.
O orçamento estimado para a realização do projeto completo é de R$ 6 bilhões, com as obras demorando cerca de 60 meses. O projeto ainda aguarda a autorização para início das ações.
De acordo com a mineradora, trabalhos de topografia, sondagem, otimização de traçado, projeto básico, avaliação imobiliária, estudos ambientais e sociais na linha tronco já foram concluídos. Em relação à alça, estão em execução a sondagem, otimização do traçado, projeto conceitual, além dos estudos ambientais e sociais.
Segundo a Vale, a construção do projeto é “desafiador” em função das desapropriações que serão realizadas (sobretudo pelo adensamento urbano em Viana) e devido ao traçado da ferrovia, que passará por áreas alagadas. A avaliação é que essas dificuldades gerem aumento no valor dos custos. Até agora o projeto já despendeu mais de R$ 44 milhões.
Os próximos passos, de acordo com a mineradora, serão as desapropriações e o licenciamento ambiental.
Linha férrea em Presidente Kennedy
O encontro da Frente Parlamentar com a mineradora também pautou outra estrada férrea: a Ferrovia Kennedy, primeiro trecho da EF-118. A linha tem 87 quilômetros e faz a ligação entre Anchieta e o Porto Central. Nesse caso, a multinacional doará somente o projeto ao Governo do Estado – o que está previsto para o segundo semestre. A empresa também deve entregar o estudo ambiental para o Executivo.
Conforme informou a Vale, a mineradora não operará a via e, atualmente, o entendimento é de que o Estado procure o Governo Federal para viabilizar a priorização do projeto da ferrovia dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
