Dudu Vidigal ocupará função do pré-candidato à Prefeitura da Serra, Weverson Meirelles; PDT segue no comando indireto de Vidigal
Por Robson Maia
O advogado Sergio Eduardo Correa Vidigal,filho do prefeito da Serra, Sergio Vidigal, será o novo presidente do PDT no Espírito Santo. Dudu, como é conhecido, substituirá o pré-candidato à prefeitura do município, Weverson Meireles, anunciado na última semana após desistência de Sergio de concorrer à reeleição.
O filho de Vidigal já atua internamente em articulações do partido e não possui, inicialmente, intenções de disputar cargos eletivos no pleito eleitoral de 2024. O advogado, atualmente, ocupa a função de diretor do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES).
Apesar de a mudança no comando do partido não constar no site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a troca é dada como certa. Assim, o atual prefeito seguirá no “controle”, ainda que indireto, nas ações do partido a nível estadual.
Desistência de Vidigal e lançamento de Meireles
Na manhã do último dia 16, o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), anunciou durante um evento de prestação de contas que não disputará as próximas eleições municipais. Como sucessor, a aposta do atual gestor é o ex-secretário de Estado do Turismo e atual chefe de gabinete da Prefeitura, Weverson Meireles.
Há algumas semanas especulava-se a possibilidade de Vidigal não tentar uma nova reeleição no município serrano. Apesar da avaliação positiva entre os eleitores da Serra, o gestor anunciou que vai continuar contribuindo para o crescimento do partido pelo qual trabalhou nos últimos anos, porém, neste momento, a prioridade é a família.
“A política eu sei que é importante. Já dei a minha contribuição e vou continuar dando até o final do nosso mandato, mas neste momento é uma opção pela minha família, por alguém que cuidou de mim uma vida inteira. Eu me sinto neste momento, não na obrigação, mas no meu sentimento de coração. Eu preciso cuidar de quem cuidou de mim”, afirmou o prefeito.
A escolha por Meireles também já era cogitada internamente. O pré-candidato nunca disputou um cargo eletivo, mas é visto como um nome com bom potencial pela sigla para os próximos anos.
Formado em administração pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Meirelles é filiado ao PDT desde os 16 anos. Até o início de 2023, atuou como secretário-chefe de gabinete na prefeitura da Serra. Antes de chegar ao cargo do Executivo, foi líder estudantil secundarista, presidente da juventude do PDT por 10 anos e chefe de gabinete da secretaria de políticas públicas e emprego no Ministério do Trabalho e Emprego da Serra, além de chefiar o gabinete de Sérgio Vidigal quando o atual prefeito ocupou o cargo de deputado federal.
Em 2023, Meireles foi escolhido para o cargo de secretário de Estado do Turismo, permanecendo na função por 11 meses. Durante a curta passagem pela Secretaria de Turismo (Setur), foi responsável por chefiar pautas desenvolvimentistas e programas de impulsionamento do setor capixaba, como o lançamento do Famtour, Roadshow e Presstrip.
Em dezembro do último ano, após definições internas no Governo do Estado, Meireles deixou a Setur, que passou a ser chefiada pelo jornalista Philipe Lemos. Posteriormente, ele assumiu como secretário de Governo na Gestão Vidigal.
Apesar de ser visto como um bom articulador, “técnico” e com muito potencial, Meireles terá o desafio de conquistar o eleitorado, uma vez que grande parte da atuação nos últimos anos aconteceu nos bastidores.
Aliança com Audifax?
Em 2004, o cenário eleitoral no município serrano era similar ao atual: o então secretário de Administração, Audifax Barcelos, era lançado pelo PDT para sucessão de Vidigal, com a “benção” do prefeito. Contudo, a relação foi rompida logo após o primeiro mandato de Audifax, depois de divergências entre os parlamentares.
Para 2024, uma peculiaridade pode reatar a relação entre o atual prefeito e Audifax: o deputado estadual e pré-candidato Pablo Muribeca. O adversário é visto como “retrocesso” por Vidigal, que não descartou a possibilidade de união com o antigo algoz em busca do “objetivo maior”.
Audifax não descartou a possibilidade de uma aliança com a composição de Vidigal em entrevistas recente.
