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domingo, 28 abril, 2024

Festas de fim de ano… momentos de harmonia para todos?

Por Danielle Quintanilha Merhi

Muito se fala sobre como os momentos festivos de fim de ano são aqueles para reunir a família e rever parentes que muitas vezes só se encontram nesse período. Pressupõe-se que, a partir desse encontro, a harmonia e os bons momentos estarão em vigor. Isso seria o ideal que acontecesse em todas as famílias mas, na verdade, nem sempre é uma realidade.

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Para muitas famílias, momentos como esse significam se deparar com questões – com maior ou menor intensidade – que não foram trabalhadas no decorrer dos anos, ou seja: rivalidade entre irmãos, diferenças e mal-estar entre cunhadas (os), primas (os), desavenças entre pais e filhos, dentre outras questões de extrema delicadeza. Fato é: aquele momento que seria para confraternizar, gerar o fortalecimento do laço afetivo, se não for bem cuidado, pode ser um espaço de “obrigação” de presença, de suportar as relações conflituosas que estão deflagradas ou abafadas em família. Ou até mesmo, em situações extremas, o momento onde alguns membros não se calam e colocam à mesa tudo o que gera mal-estar na família – o que pode, inclusive, ocasionar rompimentos.

Geralmente, a forma como uma família se relaciona é resultado de como as gerações antecessoras se relacionavam. Cabe, então, uma reflexão: se esse é um espaço onde o convívio entre as gerações está em cena, o que está sendo de fato transmitido nessa família? O que se quer transmitir para os filhos e netos? Há de se pensar nos motivos pelos quais naquela família a harmonia não está tão presente e buscar alternativas para promover ações que possam minimizar situações de desconforto nos relacionamentos familiares.

É importante reforçar que não existe uma situação onde há harmonia por completo, isso é algo idealizado. Em todas as famílias existem desconfortos, diferenças de pensamentos, formas de educar filhos com perspectivas conflitantes, mas isso não é o problema. A questão é como os membros de cada família lidam com as diferenças. Se elas forem acolhidas de forma respeitosa, se o diálogo circular de forma cuidadosa, onde cada um pode expor a sua posição, ou até mesmo, se cada um percebe o limite para conduzir uma discussão, é possível que o convívio seja mais leve e a harmonia na maior parte das vezes esteja presente.

Família é o que há de mais precioso na vida, mas não há garantias de que apenas com a consanguinidade o convívio seja prazeroso. Há de se ter esforço, cuidar das relações e contribuir para que a confiança entre as partes seja sempre fortalecida. Uma relação saudável não é dada de forma natural, ela precisa ter contribuição de todas as partes, é uma construção compartilhada!

Um bom começo é se questionar quanto ao que cabe a você para promover a harmonia familiar e começar a introduzir novos hábitos que possam impactar positivamente as relações existentes. Que tal, então, aproveitar os momentos festivos que estão por vir para se mobilizar e fazer algo efetivo para a harmonia e o fortalecimento dos laços familiares?

Danielle Quintanilha Merhi é sócia da Utz Soluções para empresas familiares, psicanalista, especialista em sucessão familiar, professora convidada da Fundação Dom Cabral, autora do livro: “Famílias empresárias… vamos dialogar?” e idealizadora do Programa Próxima Geração, projeto específico para formação de jovens sucessores e acionistas de empresas familiares

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