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sábado, 27 abril, 2024

ESG: Qual a relevância deste conceito?

Por Robson Melo 

Houve um tempo que o sucesso de uma empresa só era avaliado financeiramente, relegando a segundo plano cuidados com o meio ambiente e as pessoas. Felizmente essa prática mudou. Cada vez mais, a sociedade demanda das companhias ações mais abrangentes em relação ao seu entorno, geográfico e social.

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Para atender a estes requisitos surge o movimento pelo desenvolvimento sustentável que, mais recentemente, foi atualizado para o que se denominou ESG. Hoje, muitos falam sobre tais letras, mas será que sabem o que significam? Por isso, neste artigo decidi ser didático. A seguir apresento a tão badalada sigla e, principalmente, contextualizo sua importância para todos nós.

O ESG reúne um conjunto de padrões e boas práticas ambientais, sociais, de governança corporativa e de investimento que se preocupam com critérios de sustentabilidade para além do lucro. A sigla significa “Environmental, Social and Governance” em inglês. Em português pode ser traduzido como ambiental, social e governança (ASG).

E as empresas, mais e mais, estão convencidas de que seus negócios são mais valorizados por investidores e pelo consumidor se adotarem práticas de respeito ao meio ambiente, mais cuidado com as pessoas e transparência em suas ações.

Essa nova forma de conduzir os negócios e fazer investimento, de maneira responsável social e ambientalmente, encontra ações complementares no terceiro setor. Enquanto as empresas em geral lidam com o setor produtivo, chamado de “Segundo Setor”; e o setor público é o regrador das normas, direitos e deveres, chamado “Primeiro Setor”; o “Terceiro Setor” dá significado a todas as iniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil dirigidas ao bem comum.

O ESG vem dos negócios empresariais, já o Terceiro Setor vem de iniciativas da sociedade civil, de negócios sociais. Ambos são faces da mesma moeda: o resultado, gerador de desenvolvimento que se sustente, que “fique em pé”, satisfazendo o hoje, o amanhã e o depois, para as atuais e as futuras gerações.

O lucro e o desenvolvimento fazem sentido se trouxerem oportunidades e renda, se promoverem ganhos para o empreendedor, para os colaboradores do empreendimento e gerarem impostos e contribuições que sejam aplicados para a sociedade como um todo.

Sendo assim, ESG e Terceiro Setor se complementam na missão do desenvolvimento social. As iniciativas sociais, especificamente no Terceiro Setor, seguindo os conceitos ESG na gestão institucional e de projetos, se alinham às novas demandas globais no que diz respeito à governança. Os gestores sociais, portanto, podem e devem acompanhar atualizações sobre o tema. Por exemplo, quando a organização está alinhada aos critérios ESG, tem melhores oportunidades para captação de recursos.

O ESG salienta a indispensável e absoluta necessidade da boa governança; e o Terceiro Setor também. Isto para assegurar práticas de integridade e transparência comprometidas com resultado para o investidor, para todo o público de interesse do negócio, seja esse empresarial ou social. Ou seja, o resultado precisa ser conquistado respeitando a sociedade e seus costumes, atendendo aos seus colaboradores, promovendo outros negócios em cadeia e respeitando o meio ambiente.

Daí que segurança no trabalho, saúde, participação nos resultados, respeito às leis, comunicação e participação na vida social, recolhimento de impostos, são dimensões do mesmo desenvolvimento e deve ser sustentável. O Terceiro Setor é um campo de oportunidades complementares aos negócios para encontrarem e exercerem a sua responsabilidade social e/ou ambiental; para se envolverem e se comprometerem com o desenvolvimento local comunitário.

ESG e Terceiro Setor, portanto, são chamadas empresariais, comunitárias e públicas para o apoio, direto ou indireto, às iniciativas e às entidades dedicadas à defesa dos direitos de todos (crianças, jovens, adultos e pessoas idosas), do meio ambiente, da diversidade cultural, étnica e racial, dedicadas à pluralidade política, à promoção da saúde e da educação para todos, à promoção da arte, bem como do direito ao entretenimento. Todas estas lutas e causas são vitais para os negócios e para sociedade.

Robson Melo é presidente da Fundaes (Federação do Terceiro Setor Capixaba).

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