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terça-feira, 11 DE fevereiro DE 2025

ES: número de estabelecimentos de saúde cresceu 27,5% em 5 anos

Setor privado responde por 80,8% dos empregos na área da saúde capixaba

Por Larissa Avilez

Na saúde capixaba, o setor privado responde por 80,8% dos empregos. De acordo com dados levantados pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) em novembro deste ano, são 103.730 profissionais empregados na área, dos quais 83.780 estão no particular e 19.950 no público, conforme os números mais recentes disponíveis.

Na comparação com setembro do ano passado, houve estabilidade (0,04%) nos postos de trabalho privados e uma queda de 12,7% nos públicos. Essa diminuição pode ter relação com o fim de contratos temporários firmados durante a pandemia de covid-19 e cujos prazos determinados se encerraram nos últimos 12 meses.

Com ambos os setores somados, a representatividade da saúde no mercado de trabalho do Espírito Santo é de 11,4% – índice superior à média nacional, de 8,8%. No Brasil, são mais de 4,1 milhões de pessoas empregadas. Tais números podem ter relação com outra estatística na qual o estado se destaca em relação ao país.

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Um estudo lançado em setembro pelo Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo) apontou que, em cinco anos, o número de estabelecimentos de saúde cresceu 27,5% no estado, contra 21,3% do país, sendo que a maior parte não tem convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde).

Em 2024, foram contabilizados 8.867 estabelecimentos – quase 2 mil a mais que em 2020. A maioria está na Grande Vitória.

Isso inclui hospitais, ambulatórios, unidades de saúde e farmácias. Para o superintendente-executivo do IESS, José Cechin, essa tendência é clara. “Isso é algo que se vê nas ruas”, disse.

Forte atuação no ES

Outro levantamento feito pelo instituto também mostrou que Vitória é a capital com a maior cobertura de planos de saúde do Brasil: 61% das pessoas são alcançadas pelo benefício – número bem acima da média nacional, de 23%. A cidade fica na frente de grandes municípios, como Curitiba (50%) e São Paulo (48%).

Para José Cechin, há três razões por trás desse cenário: a boa gestão das operadoras; o movimento sindical, que faz convenções e acordos coletivos, estabelecendo a cobertura para determinados setores; e, principalmente, a presença de empresas relevantes, que costumam oferecer planos de saúde. “Tudo isso formou um caldo favorável em Vitória e no Espírito Santo”.

A forte presença dos planos de saúde entre os capixabas favorece, dentre outras coisas, a atração de profissionais qualificados e investimentos estratégicos. Juntos, esses dois fatores contribuem para um melhor desempenho dos centros de saúde e podem levá-los a reconhecimentos no setor, a exemplo do que foi visto no estado.

No início deste ano, quatro hospitais do Espírito Santo ficaram dentre os 100 melhores do Brasil, de acordo com uma pesquisa publicada na revista internacional Newsweek. São eles: Vitória Apart Hospital (21ª posição), Hospital Evangélico de Vila Velha (44ª), Hospital Meridional (56ª) e Hospital Unimed Vitória (74ª).

De acordo com a publicação, o ranqueamento é baseado em uma pesquisa on-line feita com especialistas e dados públicos sobre a satisfação geral dos pacientes.

A pontuação leva em conta métricas relacionadas à higiene e à relação entre médico e paciente, por exemplo.

“Os hospitais, de alguma forma, competem entre si. Ter hospitais bem classificados é importante para aumentar a confiança da população nos serviços locais, e esses estabelecimentos reconhecidos, certamente, ganham vantagens competitivas em relação a outros do Espírito Santo”, afirma Cechin.

Hospital Evangélico de Vila Velha está entre os 100 melhores do Brasil, segundo a revista News Week - Foto: Divulgação/HEVV
Hospital Evangélico de Vila Velha está entre os 100 melhores do Brasil, segundo a revista News Week – Foto: Divulgação/HEVV

Tendência no setor

Diferentemente dos últimos anos, em que o setor presenciou diversas fusões e aquisições, o superintendente-executivo do IESS acredita que esse movimento perdeu intensidade e que outra tendência está ganhando força: a de cooperações e parcerias entre hospitais, laboratórios e planos, a exemplo da aliança da SulAmérica com a Rede D’Or.

Outra tendência, segundo ele, está atrelada aos avanços tecnológicos. “Os hospitais têm buscado trazer equipamentos mais sofisticados para ter diagnósticos mais precisos e desfechos clínicos melhores. Há um investimento forte nessa linha, e também na abertura de unidades locais, mais próximas de onde as pessoas vivem”.

Nas tecnologias, é esperado o maior uso de inteligência artificial para ajudar em diagnósticos e tratamentos mais precisos. “O computador consegue avaliar milhões de imagens e sugerir pontos para que o profissional pense e investigue, diminuindo muito a chance de erro no diagnóstico.

É um grande auxiliar na tomada de decisão”, afirma Cechin. Especificamente para 2025, ele acredita que a área de beneficiários continuará com o mesmo padrão apresentado desde junho de 2020, com um crescimento anual sistemático, de 1% a 1,5%. Já os planos odontológicos devem seguir com um aumento mais acentuado, em torno de 6%. “Não vejo motivos para isso mudar”, diz.

As despesas das operadoras também devem seguir em alta. Apesar disso, Cechin avalia que os reajustes devem ser menores do que o dos últimos anos, por dois motivos: as operadoras já conseguiram recompor os preços que tinham ficado abaixo do real de 2020, e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) está menor.

“O ticket médio real foi recuperado no primeiro semestre deste ano, e o preço dos materiais e diárias hospitalares, por exemplo, é corrigido pelo IPCA. Se ele está menor, os reajustes serão menores. Já os planos individuais e os coletivos de poucas vidas têm uma fórmula fixa, baseada nas despesas e na inflação”, conclui.

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Grande Vitória ganha novo plano e rede de saúde

Inaugurada em outubro, a operadora Bluzz Saúde chegou com a proposta de atendimento humanizado. Com sede no 16º andar do Edifício Vértice, em Vitória, ela ocupa uma área de 760 metros quadrados, com 11 consultórios, uma sala de medicação, um espaço para fisioterapia, uma sala para pequenas intervenções, um posto de coleta laboratorial e um auditório destinado a reuniões e grupos de apoio à saúde. Em entrevista ao site da ES Brasil, Dr. Márcio Almeida, sócio e CEO da empresa, informou que o investimento foi de R$ 25 milhões para início das operações na sede e na rede credenciada.

Investimentos na rede privada

Em 2024, os investimentos na rede de saúde particular foram altos, considerando apenas três dos principais grupos ou hospitais no Espírito Santo. Veja abaixo os destaques:

  • Athena Saúde – R$ 15 milhões
    Inauguração de três Centros Integrados de Neurodesenvolvimento (em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica e Serra) e aquisição de novos equipamentos hospitalares. No planejamento ainda está a inauguração do 4º centro, em Colatina, no mês de dezembro.
  • Unimed Vitória – R$ 500 milhões
    Ampliação da maternidade em Vitória e nova unidade de avaliação em Vila Velha. Dentre os planos em andamento no final de novembro estão: um centro de oncologia na capital e a inauguração do Hospital Unimed Serra, com 100 leitos e capacidade para 30 mil atendimentos por mês.
  • Rede Meridional – não informou valores
    Inauguração do Centro de Hemodinâmica no hospital da Praia da Costa, aquisição de um equipamento tecnológico para reduzir em até 70% as emissões de radiações durante os procedimentos na unidade de Cariacica, e nova clínica voltada à saúde da mulher no Meridional Vitória.

*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.

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