Estado já registrou 38.414 infectados pelo mosquito e duas mortes causadas pela dengue: uma em Laranja da Terra e Sooretama
Por Kebim Tamanini
O Espírito Santo bateu o recorde deste ano de casos de dengue registrados em uma semana. Segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) divulgado nesta quinta (29), o Espírito Santo registrou 12.900 novos casos na oitava semana (18 a 24 de fevereiro).
Na primeira semana de 2024 (31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro), foram registrados 1.364 casos. Os números foram aumentando até o Estado registrar uma média de 6 mil casos por semana nos últimos 15 dias. O salto de pouco mais de 1,3 mil casos para 12,9 mil representa um aumento de 945% entre os períodos.
Assim, o Espírito Santo chega a 38.414 notificações de dengue nos primeiros 56 dias do ano, representando uma média de 685 casos por dia. Duas mortes decorrentes da doença já foram confirmadas em Laranja da Terra, na Região Serrana, e em Sooretama, na Região Norte.
Casos de dengue por semana epidemiológica | ||
Semana epidemiológica | Período | Notificações |
1 a 4 | 31/12/2023 - 27/01/2024 | 8.744 |
5 | 28/01/2024 - 03/02/2024 | 4.375 |
6 | 04/02/2024 - 10/02/2024 | 6.165 |
7 | 11/02/2024 - 17/02/2024 | 6.230 |
8 | 18/02/2024 - 24/02/2024 | 12.900 |
Total acumulado | 38.414 |
A tendência de alta continua, e o novo boletim divulgado nesta quinta-feira (29) apresenta uma incidência de 945,21 casos por 100 mil habitantes. Atualmente, 67 dos 78 municípios do estado são considerados de “alta incidência de casos”, incluindo a capital Vitória, que possui uma taxa de aproximadamente 761,77 casos por 100 mil habitantes.
Incidência de Dengue nos Municípios capixabas | |
Municípios com incidência Alta | Laranja Da Terra, Água Doce Do Norte, Apiacá, Afonso Cláudio, João Neiva, Jaguaré, Barra De São Francisco, Nova Venécia, São Gabriel Da Palha, Alegre, Linhares, Pancas, São Domingos Do Norte, Ibiraçu, Ecoporanga, Sooretama, Aracruz, Jerônimo Monteiro, Santa Leopoldina, Mantenópolis, Ponto Belo, Atílio Vivácqua, Fundão, Itarana, Bom Jesus Do Norte, Viana, Sao Mateus, Rio Bananal, Vitória, Colatina, Montanha, São Jose Do Calçado, Brejetuba, Vila Pavão, Boa Esperança, Domingos Martins, Ibitirama, Mimoso Do Sul, Águia Branca, Alto Rio Novo, Serra, Marechal Floriano, Castelo, Muqui, Irupi, Pedro Canário, Itaguaçu, Dores Do Rio Preto, Guarapari, Venda Nova Do Imigrante, Baixo Guandu, Mucurici, Pinheiros, Guaçuí, Santa Teresa, Conceição Da Barra, São Roque Do Canaã, Alfredo Chaves, Presidente Kennedy, Cariacica, Vargem Alta, Vila Valério, Itapemirim, Muniz Freire, Marataízes, Vila Velha, Marilândia |
Municípios com incidência Média | Conceição Do Castelo, Piúma, Iconha, Rio Novo Do Sul, Cachoeiro De Itapemirim, Ibatiba, Anchieta, Governador Lindenberg, Divino De São Lourenço, Iúna, Santa Maria De Jetibá |
Casos no Brasil
Nesta última quarta-feira (28), o Brasil contabilizou um total de 991.017 casos prováveis de dengue e 207 óbitos relacionados à doença, de acordo com os dados mais recentes do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde. Além disso, há 674 mortes em investigação para determinar se possuem vínculo com a dengue.
Entre os grupos etários mais afetados pelo vírus, destacam-se os adultos na faixa dos 30 a 39 anos. Tanto homens quanto mulheres nessa faixa etária apresentaram um elevado número de casos, com 87.070 casos entre os homens e 106.151 entre as mulheres.
Autoridades de saúde alertam para a importância da eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, bem como para a busca de atendimento médico imediato em caso de sintomas suspeitos, a fim de evitar complicações graves.
Sintomas parecidos com outra doença
Além do aumento de casos de dengue, também está havendo um alto índice de infectados pelo coronavírus. Ambas as doenças têm sintomas parecidos, o que tem causado dúvidas entre as pessoas.
“A dengue pertence à mesma família do vírus da febre amarela e existem quatro sorotipos. Todos podem causar tanto a forma clássica quanto as formas mais graves da doença, que incluem dores abdominais intensas e contínuas, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Já o novo coronavírus pode apresentar sintomas respiratórios como coriza, obstrução nasal e tosse, o que são raros na dengue”, explicou a médica infectologista e referência técnica dos arbovírus, Theresa Cristina Cardoso Silva.
Veja na tabela abaixo alguns sintomas diferentes entre as doenças.
Dengue ou Covid? | |
Principais sintomas da dengue | Principais sintomas da Covid |
Febre superior a 38°C | Tosse |
Dor no corpo e articulações | Dor de garganta |
Dor atrás dos olhos | Coriza |
Mal-estar | Perda de olfato |
Falta de apetite | Dor abdominal |
Dor de cabeça | Fadiga |
Manchas vermelhas no corpo | - |