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sábado, 4 maio, 2024

Era molecular: estudos genéticos podem impactar a cura do câncer

Com o diagnóstico genético, o médico pode adotar medidas mais adequadas para o paciente

Por Fernando Zamprogno

Na última sexta-feira, 08, foi comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A doença, por muitos chamada de “o mal do século”, é foco de milhares de pesquisas diariamente em busca de novos tratamentos, medicamentos, prevenções e cura. Na era da medicina personalizada, a análise do perfil genético tumoral se torna cada dia mais crucial para o direcionamento do tratamento do câncer com as chamadas terapias-alvo.

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Com o diagnóstico genético, o médico pode adotar medidas mais adequadas para o paciente bem como compreender o significado biológico e clínico da presença destas alterações moleculares antes, durante e após o tratamento. Com o diagnóstico genético, o médico pode adotar medidas mais adequadas para o paciente, implementando, quando possível, medidas que previnem o câncer ou que favorecem o diagnóstico mais precoce.

A identificação de novos genes de predisposição e a caracterização de novas síndromes têm passado por grandes avanços e essas descobertas chegam rapidamente à oncologia clínica. Já é possível, por exemplo, detectar mutações que fazem com que o indivíduo tenha predisposição ao câncer. E se essas forem herdadas, podemos rastrear membros das famílias para diagnóstico precoce e também prevenir alguns casos da doença. Além disso, temos a oportunidade de afastar ou controlar fatores de riscos específicos.

Testes moleculares também podem ajudar a entender a agressividade de um tumor específico e escolher, de forma mais efetiva, tratamentos como terapia-alvo, imunoterapia ou quimioterapia para um determinado paciente. O perfilamento genético do câncer pode, ainda, detectar mutações que através de tratamentos específicos podem ser inativadas e produzir, assim, respostas tumorais, ou seja, uma combinação de medicamentos que consegue anular ou modular a expressão do gene, tornando os níveis de regressão de tumores maiores.

Isso tudo coopera para o tempo de controle da doença ou, até mesmo, as chances de cura, como é o caso dos tumores malignos de mama, com expressão do gene C-erb 2 (HER-2+), que, atualmente, tem terapias que anulam o efeito desse gene, dentre elas: Trastuzumab, Pertuzumab, trastuzumab deruxtecan, trastuzumab entansina, Lapatinib, tucatinib. Esses medicamentos, usados em combinação com quimioterapia, aumentam a taxa de controle da doença, o tempo de sobrevida e a chance de cura, dependendo do cenário que se encontra a paciente.

Fernando Zamprogno é oncologista da Rede Meridional

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