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terça-feira, 30 abril, 2024

Dino chama candidatos da extrema-direita de “monstros” e “aberrações”

Ministro da Justiça teceu críticas à extrema-direita após a vitória de Milei nas prévias argentinas

Por Robson Maia

Em nova polêmica nas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou candidatos da extrema-direita de “monstros” e “aberrações”. Sem citar nomes diretamente, Dino afirmou que políticos com esse posicionamento só chegam ao poder com o apoio de lideranças de centro e liberais, que, posteriormente, se arrependem da aliança.

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O ministro polemizou em sua conta no X (antigo Twitter). A afirmação vem logo após a vitória do economista Javier Milei nas prévias argentinas, as PASO – Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias. Os resultados das primárias costumam apontar o próximo governante do país argentino (apenas em outubro que acontecerá a eleição que define efetivamente o próximo presidente).

“A história mostra: em eleições, os monstros de extrema-direita só chegam ao poder quando o centro e os liberais caminham com as aberrações. E quando o fazem, se arrependem”, afirmou no Twitter.

Milei é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enviou um vídeo para o argentino. O líder da direita brasileira afirmou perceber semelhanças nos cenários dos dois países. Bolsonaro faz referência ao sentimento de insatisfação da população argentina com a situação econômica e com as políticas governamentais classificadas como “controvérsias”, assim como se encontrava o Brasil às vésperas do pleito presidencial em 2018.

Com 100% das urnas apuradas, Milei obteve 30,04% dos votos, seguido da coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio (28,27%), com Patrícia Bullrich liderando a legenda, e da coalizão da esquerda que governa o país Unión por la Pátria (27,27%), tendo como principal candidato o ministro da economia, Sergio Massa.

Além de servir como termômetro para a disputa presidencial, as PASO definem as chapas que vão concorrer à eleição presidencial do dia 22 de outubro.

Analista não vê polarização no discurso

Mesmo com um cenário de polarização política em âmbito nacional, demonstrado pelo último pleito presidencial na disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro, para o analista político Darlan Campos a afirmação de Dino não acentua a atual conjuntura.

“A fala do ministro não necessariamente polariza mais ou menos o cenário brasileiro. Esse é um ponto fundamental a ser dito. É importante entender que é uma fala de cunho político, num ambiente digital, com objetivo de dialogar muito mais com o seu campo ideológico. E, claro, dando uma cutucada aqui, uma cutucada ali, mas ela tem um componente muito mais de dialogar com o seu próprio campo político do que criar um cenário maior de polarização”, aponta Campos.

Quanto ao receio de um possível novo crescimento da direita e extrema-direita na América do Sul na fala de Dino, Campos

“É claro que uma fala dessa logo após a vitória de Milei na Argentina traz algum receio. Ou, na melhor das hipóteses, é uma torcida de que o seu campo ideológico também vença a eleição. Vale lembrar que Massa é do campo do peronismo. Então seria o melhor alinhamento do campo ideológico com o governo brasileiro atual”, frisou o analista.

Nos últimos meses, o governo brasileiro demonstrou preocupação com as eleições nos países vizinhos. A vitória da candidatura de direita no Chile e as projeções da eleições no Equador ligaram o sinal de alerta para a cúpula do presidente Lula.

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