Data celebra importância do cuidado com a alimentação para melhoria das condições de saúde da população 

Por Mariah Friedrich

O Dia do Nutricionista é comemorado nesta quinta-feira (31), data dedicada a homenagear os profissionais que desempenham um papel fundamental no planejamento, execução e avaliação de intervenções alimentares voltadas para a promoção da saúde humana.

Apesar do crescimento de doenças associadas a hábitos prejudiciais de alimentação, que levam à procura por esses especialistas, a profissão ainda sofre com a desvalorização. É o que afirma a nutricionista Maysa Pithan, que trabalha há nove anos na área da reeducação alimentar para o tratamento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca, AVC, aterosclerose, dislipidemias, gordura no fígado e câncer, entre outras. 

“O nutricionista atua como um educador no processo de construção de hábitos alimentares saudáveis inseridos a partir de uma escuta ativa ao paciente, respeitando a individualidade. Apesar da necessidade dessa função, com a piora nos dados de saúde da população, perdemos espaço e reconhecimento. Por isso eu relaciono o crescimento de diversas complicações de saúde com a ausência da inserção do profissional competente na área, ou ainda com a sobrecarga desses trabalhadores”, reflete Maysa Pithan.

No dia 15 de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou diretrizes para o consumo de açúcares e gorduras a partir de 2 anos de idade, no intuito de reverter as complicações que têm impactado a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a nutricionista Maysa Pithan, as recomendações se aproximam do que orienta o Ministério da Saúde (MS) no Guia Alimentar para a População Brasileira em suas duas edições (2008 e 2014).

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O diferencial da nova Diretriz da OMS está na especificação da quantidade de frutas, vegetais e fibras a serem ingeridos por faixa etária. “Essa abordagem é fundamental para definir quantidades mínimas a serem consumidas para construção de uma vida mais saudável e correção de carências nutricionais, melhorando reações metabólicas, neurológicas, imunológicas, hormonais e intestinais”, explica Maysa Pithan.

Segundo a nutricionista Mariana Gutzmer, tais as recomendações foram atualizadas com o objetivo de diminuir o ganho de peso da população e doenças como diabetes tipo 2, esteatose hepática, doenças cardiovasculares e obesidade.

“A nova recomendação limita até 30% das gorduras totais, 10% é o limite para gorduras saturadas, que são aquelas provenientes de origem animal (carne, laticínios, bacon) e 1% apenas para gorduras trans que são aquelas provenientes de alimentos industrializados e ultraprocessados. Em relação aos carboidratos o que a nova diretriz trouxe, foi a substituição para melhorar a qualidade do carboidrato, incluindo cereais integrais, tubérculos, leguminosas, frutas e verduras”, destaca a profissional. 

Ela explica que, segundo a nova diretriz, adultos ou crianças a partir de 10 anos de idade devem incluir 400g de legumes e frutas ao dia e 25g de fibras, evitando carboidratos refinados, farinha branca e preferindo o grupo dos carboidratos complexos e com menor índice glicêmico.

“Consumido da forma errada, em excesso e com baixa qualidade, sem vitaminas, minerais e fibras, o carboidrato é o principal causador de diabetes tipo 2 e grande prevalência de esteatose hepática não alcoólica. Esse excesso é convertido em triglicérides e começa e se acumular nos órgãos e principalmente no fígado”, alerta Mariana.

Confira as orientações da OMS e do Ministério da Saúde para o consumo de gorduras, açúcares, frutas, vegetais e fibras nas tabelas a seguir:

Acesse os guias alimentares publicados pelo Ministério da Saúde em 2008 e 2014