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quinta-feira, 2 maio, 2024

Confiança da Indústria cai pelo terceiro mês consecutivo

Após três meses de quedas, índice atinge o pior nível desde julho de 2020

Por Anderson Neto

A confiança da indústria fechou o terceiro trimestre do ano em queda. É o que revela o Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE. Houve redução de 0,4 ponto em setembro, para 91,0 pontos. Após três meses de quedas, o indicador atinge o pior nível desde julho de 2020 (89,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,0 ponto, para 91,4 pontos.

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“A elevada taxa de juros, endividamento nas famílias, alto nível de estoques com a redução da demanda interna, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo, vem limitando o crescimento do setor. Apesar de uma melhora da percepção dos empresários com relação à situação atual, influenciada pela demanda externa de setores relacionados à produção de bens intermediários, isso ainda é insuficiente para que a confiança melhore no curto prazo”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.

Em setembro, houve redução da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O Índice Situação Atual (ISA) subiu 1,2 ponto, para 89,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 2,0 pontos, indo para 92,4 pontos. É o pior resultado desde fevereiro deste ano (91,4 pontos).

Confiança da Indústria cai pelo terceiro mês consecutivo

Influência

Entre os quesitos que integram o ISA, o único que influenciou positivamente foi o que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios, que avançou 4,8 pontos, para 93,7 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (94,6 pontos).

O indicador que mede o nível atual de demanda se manteve estável, ao variar 0,1 ponto para 91,6 pontos. Já o nível de estoques voltou a piorar, com acréscimo de 1,6 ponto para 115,2 pontos. Quando este indicador está acima de 100 pontos, é sinal que a indústria está operando com estoques excessivos, ou acima do desejável.

Houve ainda uma piora das perspectivas sobre a produção e para as contratações nos próximos três meses seguintes. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria subiu 0,9 ponto percentual no mês, para 81,7%.

O indicador que mede o grau de contratações recuou 4,0 pontos, para 97,0 pontos, pior resultado desde abril de 2023 (96,5 pontos). O que mede a produção prevista caiu 2,7 pontos para 92,0 pontos, pior resultado desde novembro de 2022 (91,1 pontos).

No sentido contrário, a tendência dos negócios para os próximos seis meses, subiu 0,5 ponto, para 88,4 pontos, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).

Análise

Para a doutora em Economia e professora da Fucape, Arilda Teixeira, a baixa confiança no setor da indústria se dá por sua falta de competitividade, que levou à incapacidade de inovar.

“Ambas são efeitos do protecionismo do Estado, que o modelo de industrialização seguiu e ainda sustenta. A incapacidade para competir da indústria brasileira é resultado de erros de escolha”, afirma.

A economista diz ainda que “a sucessão de erros de escolhas formou a tempestade perfeita para o subdesenvolvimento”. E finaliza: “É a conveniência da administração pública apoiada pela plutocracia”.

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