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sábado, 27 abril, 2024

Retrospectiva 2022 – Comércio exterior: Ano de recuperação econômica e crescimento nas importações

De janeiro a novembro, a atividade comercial voltada a exportação e importação acumulou alta de 50,4%, segundo dados do Sindiex

Depois de dois anos marcados pelas incertezas econômicas geradas pela pandemia, o comércio exterior capixaba teve um 2022 de recuperação e de crescimento nas importações, uma das principais atividades econômicas do Espírito Santo. No período de janeiro a novembro, segundo dados do Sindicato do Comércio de Importação e Exportação do Espírito Santo (Sindiex), o avanço nas importações foi de 50,4% em relação ao mesmo período em 2021.

Em valores, o total importado no ano ficou em US$ 8,78 bilhões, sendo os principais produtos carvão, que respondeu por 22% dessas compras, e veículos para transporte de mercadorias e de passageiros, além das aeronaves. O Espírito Santo firmou-se, inclusive, como o maior importador de aeronaves, o segundo maior importador de vinhos e um dos principais estados importadores de veículos/automóveis do Brasil.

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Já na pauta exportadora, o ano foi de estabilidade. De janeiro a novembro, foram US$ 8,40 bilhões exportados pelo Estado, o que representa um valor 4,4% menor que o registrado no mesmo período de 2021. Entre os itens embarcados para o exterior, destaque para minério de ferro, produtos de ferro ou aço, cal, cimento e materiais de construção fabricada.

“Ampliamos os debates internos, através dos nossos comitês técnicos especializados e divididos por áreas, e estivemos presentes, de forma atuante, nas pautas mais relevantes para o segmento, como a manutenção das operações de aeronaves, o movimento dos auditores fiscais e a regionalização dos comandos da Alfândega”, afirma o presidente do Sindiex, Sidemar Acosta.

O dirigente lembra, ainda, que a prorrogação dos incentivos fiscais – outra conquista do setor de comércio exterior – traz uma série de oportunidades para as empresas até 2032. “Essa foi uma grande conquista do Sindiex e também do setor atacadista e distribuidor, por meio de muito diálogo e do apoio do Governo do Estado e das bancadas estadual e federal”, ressalta.

Comitês

Retrospectiva 2022 - Comércio exterior: Ano de recuperação econômica e crescimento nas importações
De janeiro a novembro, foram US$ 8,40 bilhões exportados pelo Estado

Luiz Braga, coordenador do comitê técnico de aeronaves, explica que o agronegócio foi um dos grandes responsáveis pelo aumento da demanda interna por importação de aeronaves em 2022. “A produção dos aviões também foi afetada pela pandemia, as entregas atrasaram, e faltam insumos para atender à demanda mundial. Diante disso, o prazo chega a 2024”, pontua.

Ele estima que o Estado seja responsável pela importação de cerca de 90% de todas as aeronaves que chegam ao Brasil, e atribui o fato à localização privilegiada, aos incentivos fiscais e às condições favoráveis, mencionando o Aeroporto de Vitória. “O Espírito Santo tem uma cultura de 30 anos nas importações, oferecendo condições logísticas favoráveis para o segmento.”

Sobre a importação de vinhos, Luiz Reis, coordenador do comitê técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Mapa/Anvisa), frisa que “o Espírito Santo tem vocação para esse e outros tipos de importação em virtude da excelência na atuação em comércio exterior, com políticas voltadas à constante modernização do ambiente de negócios, somada ao forte empenho do empresariado capixaba”.

Ele lembra o boom do mercado de vinhos no período da pandemia. Logo no início, ainda em 2020, o segmento observou um aumento de 40% na demanda. Reis reforça que o ritmo permaneceu acelerado desde então e, hoje, a importação de vinhos está 60% maior do que nos anos anteriores à pandemia.

“Acreditamos que o Espírito Santo ainda possa assumir a liderança no ranking de importação de vinhos, em razão de sua forte expertise no ramo e da localização geográfica estratégica. O principal desafio é superar as barreiras logísticas, reduzindo prazos e custos”, avalia.

Commodities

Retrospectiva 2022 - Comércio exterior: Ano de recuperação econômica e crescimento nas importações
Entre itens exportados, se destacam minério de ferro, aço, cal, cimento e materiais de construção

Em 2021, impulsionada pelos altos preços das commodities minerais – que em alguns casos ultrapassaram marcas históricas – e pela elevada valorização do dólar diante do real, a produção mineral obteve crescimento, em reais, acima de 60%.

Mas, no acumulado de janeiro a novembro deste ano, o valor relacionado ao minério de ferro e seus concentrados, que responderam por 29% das exportações, foi de US$ 2,5 bilhões, o que representou uma queda de 19,6% em relação a igual período do ano anterior, quando a atividade movimentou US$ 3,1 bilhões.

Entre as commodities agrícolas exportadas pelo Estado, os destaques ficaram por conta do café não torrado, o qual respondeu por 6,2% e movimentou US$ 525 milhões,
de janeiro a novembro deste ano. Essa performance expressou um recuo de 11% em comparação a igual período de 2021.

E nas exportações de especiarias, principalmente a pimenta-do-reino, a movimentação foi de US$ 189 milhões, um resultado 5,4% maior que do ano anterior, no mesmo período.

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