Somente nos barracões são gerados em torno de 5,3 mil empregos no Carnaval e durante os desfiles, mais 500 oportunidades
Por Amanda Amaral
Mesmo com a festa adiada, a expectativa é de que sejam movimentados R$ 20 milhões em torno dos desfiles das escolas de samba do Carnaval de Vitória em 2022. A folia foi transferida de fevereiro para os dias 7, 8 e 9 de abril pela Prefeitura de Vitória, em razão da alta de casos de Covid-19 no início do ano.
Nem por isso a animação dos organizadores diminuiu. O público previsto para os três dias de eventos é de 80 mil pessoas. Somente para organizar a festa, serão investidos outros R$ 20 milhões pela Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Lieges).
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Este ano, os responsáveis por montar as estruturas são as empresas LM Eventos e Sensacional Eventos, contratadas pela Liga, que é formada pelas seguintes agremiações: Mocidade Unida da Glória (MUG); Unidos de Jucutuquara; Novo Império; Imperatriz do Forte; Independente de Boa Vista; Unidos da Piedade; e Andaraí.
“Todo o valor será investido na montagem e serviços necessários para realização do evento, além da divulgação. É investido em tudo que for relacionado à produção do carnaval como um todo, exceto a parte que envolve diretamente os desfiles como alegorias, adereços, carros alegóricos, jurados”, comentou o produtor responsável pelo Carnaval de Vitória, Pablo Pacheco.
Movimentação Econômica
A expectativa da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV) para 2022 é de injetar R$ 20 milhões na economia da cidade. Está prevista uma ocupação da rede hoteleira de 80 a 90% dos leitos disponíveis. Acerca de turistas, para este ano, a expectativa é de aumento de pelo menos 20% comparado ao último desfile em 2020, tendo em vista os protocolos sanitários que foram adotados.
Geração de Empregos
Somente nos barracões das 19 agremiações que participam dos desfiles das escolas de samba de Vitória, são gerados, segundo dados do Observatório Municipal do Turismo, aproximadamente 5,3 mil empregos diretos e indiretos. Durante os dias de desfile, são geradas mais 500 oportunidades para prestadores de serviços e autônomos.
Com relação à produção da festa, Pacheco informou que são gerados quatro mil postos de trabalho de forma direta e mais seis mil de forma indireta. “É necessária mão de obra para produção das alegorias, adereços e fantasias, além das equipes que irão atuar no momento da folia. São carnavalescos, artesãos, tecelões, serralheiros, marceneiros, músicos, coreógrafos, seguranças, garçons, técnicos, equipes de montagem, barmans, caixas, decoradores, entre outros trabalhadores”, explicou.
Falta de Matérias-primas
A falta de matérias-primas está impactando o orçamento das escolas de samba, segundo o presidente da Indepente de Boa Vista, Emerson Xumbrega. A agremiação foi a vencedora do último Carnaval de Vitória, realizado em 2020.
Para ele, a “crise” carnavalesca está relacionada à alta do dólar e a subida dos preços em razão da inflação e o adiamento do evento gerou mais custos.
Há produtos que triplicaram de preço. “O ferro está três vezes mais caro do que tínhamos programado para 2021. O isopor e os tecidos também subiram de preço. Muitos materiais que utilizamos vem da China e outros são derivados do petróleo”, pontuou.
“Nós estamos trabalhando e todo mundo está empolgado, mas é claro que é uma coisa diferente. Esse adiamento, por exemplo, gerou mais custos para as escolas. A dificuldade de buscar investimentos é grande diante dessa crise mundial por conta da Covid”, explicou.
Emprego nos Barracões
O número de postos de trabalho na Independente de Boa Vista também diminuiu. Enquanto em anos anteriores a agremiação gerava até 105 empregos diretos, em 2022, são 80, de acordo com o Xumbrega. A escola tem ainda mais 20 colaboradores, mas de forma indireta. A expectativa é agregar mais trabalhadores até os desfiles em abril.
“Vamos começar em março as apresentações nas ruas de Cariacica de forma itinerante para todo mundo curtir, reforçando o convite para os desfiles em abril. A gente segue torcendo para que o número de casos e de mortes por Covid diminuam e para que o folião possa ter mais tranquilidade”, disse.
Patrocínios e Apoios
As produtoras do evento também trabalham junto às empresas privadas. “Os patrocinadores podem ter promoção da marca, produtos e serviços. É possível fazer venda exclusiva, utilizar espaços para relacionamento com clientes e realizar a distribuição de brindes”, destacou Pacheco.
Já a LIESGE ressalta que em razão da não realização dos desfiles em 2021, por conta das restrições sanitárias da pandemia da Covid-19, eles estão encontrando mais dificuldades com relação à patrocínios.
“Claro que a pandemia trouxe uma enorme dificuldade para conseguir patrocínio e apoio. Mesmo assim, as escolas estão correndo atrás. Elas dependem do poder público municipal e estadual, mas a participação do setor privado é muito importante diante do cenário atual, que ficou mais difícil depois de 2021. Mas estamos todos muito confiantes para este ano”, explicou o diretor da Comunicação da Liga, Gustavo Fernando.
Os Números do Carnaval de Vitória
Movimentação Econômica – R$ 20 milhões
Geração de Empregos – 5,3 mil postos de trabalho
Expectativa de Público – R$ 80 mil pessoas (três dias de evento)
Ocupação da Rede Hoteleira – De 80 a 90% dos leitos disponíveis
Número de turistas – Aumento de 20%
Fonte: Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV)
