O crédito verde visa a apoiar projetos de eficiência energética e que contribuam para a redução das emissões
Por Amanda Amaral
Os empresários capixabas que desejam investir em eficiência energética podem contar com a Linha Finame Baixo Carbono, que utiliza recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A iniciativa é do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). De acordo com a instituição, o objetivo é fomentar o desenvolvimento econômico do Espírito Santo de forma a linhada às causas de sustentabilidade socioambiental, com a preservação dos recursos naturais e fauna e flora capixaba.
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Condições da linha
Os recursos são para a compra de máquinas e equipamentos com maiores índices de eficiência energética ou que contribuam para a redução da emissão de gases de efeito estufa, como sistemas fotovoltaicos, veículos elétricos ou movidos por biodiesel.
Os juros são de 2,95% ao ano, com prazo de até 10 anos (120 meses) e carência de até dois anos (24 meses). O Custo Efetivo Total é a partir de 4,50% ao ano, mais a Taxa Selic. Além disso, a linha conta com um bônus de redução de 1% nas taxas de juros para os clientes adimplentes do banco capixaba.
O objetivo do banco capixaba é que os empresários possam ter acesso a financiamentos que os ajudem a estar alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e apoiem o crescimento verde e a melhoria do bem-estar social.
Crédito verde
Para o gerente Comercial e de Relacionamento do Bandes, Ezequiel Loureiro Nascimento, a economia mundial vem se adaptando e incluindo os conceitos ESG (Environmental, Social, and Governance) nas rotinas organizacionais, permitindo a ampliação de oferta e demanda por linhas de crédito verde no mercado nacional e estadual.
“Com essa linha, trabalhamos para oferecer aos empresários capixabas crédito que contribua para o desenvolvimento de seus planos de negócios e, ao mesmo tempo, produza uma melhoria significativa na qualidade de vida dos cidadãos e do meio ambiente. A linha conta com condições operacionais especiais e competitivas dentro do mercado que trazem diversificação e possibilitam o desenvolvimento regional e equilibrado do Espírito Santo. Empresas de todos os portes podem ser atendidas e o foco da linha é financiar investimento em eficiência energética, equipamentos para atividade sustentáveis e de preservação do meio ambiente, importante ressaltar que todos devem ter o código Finame”, afirmou Ezequiel.
Potencial econômico
O Brasil tem o potencial de mitigar 1,3 gigatonelada de carbono até 2030 e contribuir com cerca de 1,9 gigatonelada em excedente de carbono para o resto do mundo. A mudança pode representar um crescimento de US$ 100 e US$ 150 bilhões por ano no PIB nacional.
As informações constam no relatório “The Amazon’s Marathon: Brazil to lead a low-carbon economy from the Amazon to the world” (Maratona da Amazônia: o Brasil lidera uma economia de baixo carbono da Amazônia para o mundo) apresentado pela Systemiq na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas.
Potencial no Espírito Santo
No Espírito Santo, a expectativa estadual é reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030 e alcançar a neutralidade desses gases até 2050. Segundo o Bandes, a redução tende a promover a mudança de pensamentos dentro do setor produtivo capixaba, permitindo a aproximação de grande parte dos empresários a produtos e serviços não poluentes.
Para isso, devem contar com estratégias e políticas econômicas para viabilizar e acelerar a descarbonização da economia, implementação de incentivos fiscais para fontes de energia mais limpas e linhas de crédito diferenciadas para projetos de descarbonização.
O banco capixaba destaca que os investimentos com as linhas de baixo carbono abrangem também desde a redução das emissões de gases poluentes no meio ambiente até prazos curtos de payback, que, no mundo dos investimentos, é o período em que o investidor precisará aguardar para ter o retorno financeiro de sua aplicação inicial. O Bandes possui cerca de R$ 135 milhões disponíveis para operação com as diversas linhas da instituição, incluindo a Baixo Carbono.