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sábado, 27 abril, 2024

Atropelamentos, caça e pesca ilegal e tráfico de animais silvestres: elevam riscos de extinções e o equilíbrio ecológico

Junto com a caça e pesca ilegal e o tráfico de animais, o atropelamento de animais silvestres é uma das principais causas de redução da biodiversidade no País

Por Luiz Fernando Schettino

Há aspectos na questão ambiental que passam praticamente despercebidos pela maioria da população, pois são quase invisíveis no dia a dia, mesmo que sejam muito importantes do ponto de vista do equilíbrio ecológico, e da sobrevivência de muitas espécies e de nossa qualidade de vida, como são os casos de atropelamentos, caça e pesca ilegal e tráfico de animais silvestres.

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Nesse sentido chama a atenção o portal da Radio Câmara Federal, que anuncia: “A malha rodoviária do país é palco de uma tragédia silenciosa desconhecida por muitos brasileiros: a morte de animais silvestres”. Que, segundo essa fonte: “[…] estimativas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, a cada segundo 15 animais selvagens morrem atropelados nas estradas brasileiras. Ao final de um ano, um triste balanço: 475 milhões de bichos
mortos.” 

Assim, o atropelamento de animais silvestres é uma das principais causas de redução da biodiversidade no País como um todo, o que tem a mesma tendência na maioria dos estados da Federação, junto com a caça e pesca ilegal e o tráfico de animais. E, no caso do tráfico de animais, segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres – RENCTAS, “cerca de 38 milhões animais são retirados da natureza brasileira para serem vendidos todos os anos.

Se aproveitando os traficantes de animais da pobreza e da desigualdade social existente no Brasil, o que torna essa prática, junto com a caça e pesca ilegal e o atropelamento de animais verdadeiras bombas-relógio ecológicas que se assim continuarem, levará à extinção muitas espécies e poderá afetar de forma irreversível o equilíbrio ecológico dos biomas brasileiros, com consequências planetárias inimagináveis”.

A situação é tão grave que pode antecipar a extinção de muitas espécies da fauna brasileira em poucos anos. E para mitigar essa situação é necessário que se jogue luz nessa questão, que a sociedade debata esse tema urgentemente, com os governantes e sociedade assumindo suas responsabilidades, para que haja um trabalho intenso de conscientização da população sobre a importância da preservação da fauna.

E com isso a construção de ações para de formacélere reduzir os atropelamentos, a caça e pesca ilegal e combater o tráfico de animais silvestres – que neste caso tem um viés muito sério relacionado à questões de saúde, visto que animais silvestres podem transmitir mais de 70 tipos de doenças para humanos (e, incluímos, uma infinidade para os animais domésticos), conforme estudos da Fundação Oswaldo Cruz.

Além disso, a redução em grande quantidade de animais da natureza tem impactos sérios no equilíbrio ecológico, levando à necessidade de mais uso de agrotóxicos, por exemplo; e ajudando a colocar muitas espécies em risco de extinção, como já dito, especialmente aquelas de reprodução mais lenta e aquelas consideradas topo de cadeia, das quais muitas outras dependem para sobreviver.

Razão pela qual é fundamental um trabalho permanente de fiscalização em todo o país, visando minimizar o impacto dos atropelamentos de animais, assim como coibir a caça e pesca ilegal e o tráfico de animais silvestres.

Visto que soluções eficazes para ajudar nessa questão, existem, basta que se tenham políticas públicas, aplicação da legislação vigente, fiscalização e recursos humanos e financeiros para realizar os trabalhos necessários.

Tais como: realização de trabalhos de educação ambiental amplos com esse mote, através de campanhas educativas permanentes, em todas as mídias, com intensificação no mês de
maio de cada ano, quando ocorre “a campanha de conscientização sobre segurança no trânsito, chamada de “Maio Amarelo” – o intuito “é chamar a atenção dos motoristas nas estradas, para que redobrem a atenção, principalmente em áreas sinalizadas como travessia de animais silvestres, pois além de colocar em risco a existência de algumas espécies, os acidentes causados pelos atropelamentos são responsáveis por ferimentos graves e vítimas fatais entre motoristas e passageiros”; sinalização adequada das rodovias sobre a possibilidade de travessia de animais nos locais sabidamente que isso podem ocorrer; Instalação de radares e cercas ou barreiras nos locais das rodovias de maior ocorrência de atropelamentos de animais silvestres; construção de passagens subterrâneas
para passagem de fauna e de viadutos para a passagem da fauna nas rodovias, entre outras ações.

Medidas essas que muito ajudariam a reduzir o número de atropelamentos e, consequentemente, a mortalidade de animais silvestres nas rodovias.

Além disso, é importante que se convoque todos os seguimentos sociais, especialmente as igrejas, o meio empresarial e a sociedade civil organizada para colaborar nessa empreitada de contribuir para a preservação da fauna brasileira.

Visto que, a retirada em grande quantidade de animais da natureza de forma acelerada tem diversos impactos socioambientais; e ainda maior em espécies de reprodução lenta, aquelas consideradas topo de cadeia, das quais muitas outras dependem para sobreviver, e aquelas que já estão sendo afetadas pelas mudanças climática, as colocando em risco de extinção.

Portanto, é fundamental que haja uma política nacional de visando a redução dos impactos das mortes dos animais silvestre, nas rodovias, um combate intenso a caça e pesca ilegal e o tráfico de animais silvestres para proteger a vida selvagem, garantir a sobrevivência das espécies, a manutenção do equilíbrio ecológico no país e nossa qualidade de vida.

Luiz Fernando Schettino é Engenheiro Florestal, Mestre e Doutor em Ciência Florestal, Advogado, Escritor e ex-Secretário Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

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