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domingo, 28 abril, 2024

Arthur Igreja destaca a importância de se adaptar ao Consumidor 4.0

Em entrevista exclusiva, o palestrante afirma que o consumidor dá as dicas, mas que algumas empresas escutam e outras não, e é aí que está o “segredo” para inovação

Por Ivi Rafaela

Uma das propostas da Acaps Trade Show 2022 era levar aos participantes da 34ª edição da feira o conhecimento. Na programação, diversas palestras, painéis e aulas-show. Entre elas, a palestra “Consumidor 4.0” do escritor Arthur Igreja, que evidenciou as características do super consumidor. O palestrante TEDx speaker, Especialista em Tecnologia, Inovação e Tendências, que também é co-fundador da AAA Inovação, empresa de aceleração de resultados deixou claro para o público presente que o cliente de hoje quer mesmo é economizar tempo.

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Em entrevista exclusiva, Igreja pontuou informações importantes sobre o quanto a pandemia mudou os hábitos de consumo, antecipando uma forte tendência futura. E a necessidade das empresas se adaptarem a nova jornada de consumo destes consumidores tão exigentes. E ainda ressaltou a importância de os profissionais tomarem para si a responsabilidade de amadurecimento diante deste novo cenário, inclusive da globalização da competição por talentos e pessoas.

O conceito de inovar é amplo, o que gera dúvidas, principalmente na aplicação. Qual a real definição de inovação?

Inovação é o processo de atualizar um negócio. Nós temos mudanças que acontecem o tempo inteiro, sejam elas tecnológicas, demográficas, comportamentais, culturais. E as empresas não podem ficar paradas no tempo, senão elas vão perdendo esta conexão com os consumidores. Muitas vezes, as pessoas acham que inovação é tecnologia, mas é só um dos ingredientes. Então, é andar junto com o consumidor nesta mudança que está acontecendo o tempo todo.

Depois de longos dois anos de uma pandemia, em um cenário de incertezas, principalmente economica e principalmente as jornadas de consumo. Como esse cenário atingiu o consumidor?

O consumidor mudou drasticamente. E tem uma série de mudanças profundas e que vieram para ficar. Apesar de estarmos vivendo agora uma volta das coisas como elas eram antes, várias jornadas de consumo foram transformadas para sempre. Alguns falam em antecipação de tendências futuras, só que acho que é mais profundo do que isso, tem várias coisas que nós implementamos nas empresas e jornadas de consumo que nós não teríamos feito sem a pandemia.

A pandemia mudou o habito de consumo e muitas empresas precisaram se adaptar para atender a nova demanda. Muitos hábitos ainda continuam. Acredita que a pandemia deixou algum legado? Qual?

A pandemia deixou algumas marcas e alguns legados sim. A principal delas é a adoção de tecnologia. Porque naquele momento foi basicamente a única saída possível para ter continuidade e sobrevivência dos negócios. Mas, estes hábitos não retrocedem. Ou seja a utilização de canais digitais, a busca pela facilidade e pela redução de atrito. E esta mudança nas empresas, há necessidade perene de buscar tecnologia. A barra subiu no quesito atendimento e incorporação de tecnologia.

Não só o consumo mudou, mas as empresas adotaram o home office e ainda há uma enorme dúvida sobre prós e contras do trabalho remoto. Acredita que esse será um “novo” modelo de trabalho adotado, ou ainda acredita que o presencial ainda é indispensável?

Esta questão está muito bem consolidada. O trabalho remoto e o hibrido estão bem consolidados nas empresas. Agora o convívio é também indispensável e são coisas complementares. O que não se pode haver é A versus B ou ainda A ou B. A questão é o momento e como combinar isso. O fato é que teve uma mudança na dinâmica de trabalho que é muito grande. Uma competição muito mais global por talentos e pessoas. As pessoas que são capacitadas com muito mais escolhas e barganhas do ponto de vista de negociar como ela quer trabalhar. Então, isso sem sombra de dúvida veio para ficar.

Otimizar o uso da tecnologia atrapalha ou melhora as caracteristicas humanas, como a criatividade, por exemplo.

Tudo depende de como é usado. Se você usa a tecnologia para afastar as pessoas para simplesmente deixar cada uma delas no seu canto isso vai piorar a comunicação e o relacionamento e por consequência a inovação e a criatividade. Agora, se você usa uma ferramenta que possibilita a co-criação, possibilitada rapidamente fazer modelagem, prototipagem, essa criação mais unificada, aí a tecnologia é a favor da criatividade e da colaboração. Ou seja, a questão está em qual ferramenta e como ela é usada.

Vivemos em um país com tanta diferença social, acredita que há uma solução para o acesso tecnologico para todos?

Esta é uma questão que precisa muito ser levada em conta. Ficou muito evidente na pandemia. É necessário se pensar em política pública porque chega em um momento que a pessoa por não ter acesso, e por este fato ela fica cada vez mais distante da chance de ter acesso e a única chance de quebrar isso é com um algum incentivo ou política pública inclusiva do ponto de vista digital. Então não tem muita saída para isso. É investimento em infraestrutura, melhora das condições e ai poder incorporar quem está às margens disto.

Vivemos um mundo de mudanças constantes, que a inovação é a chave de sucesso de toda empresa. Mas, uma empresa de sucesso precisa de uma equipe alinhada ao processo. Quem são os profissionais do futuro e como se tornar um?

O profissional do futuro enfrenta o maior desafio que é ser contemporâneo. É ser o profissional do presente. Porque muitas vezes falamos “ah, essa tecnologia é do futuro”, mas já estamos vendo ela, ela é a tecnologia do presente. Então é um profissional que consegue aprender muito, consegue se adaptar, se moldar. Mas, tem duas características que para mim é fundamenta. A primeira é essa maturidade de assumir para si que ele precisa evoluir, que ele precisa estar se desafiando o tempo inteiro. E a segunda coisa é a amplitude. Nós hoje tempos pessoas muito mais analógicas e outras ultras digitais e conseguir conversar com fluência com todos esses públicos é fundamental.

Muito se fala sobre a nova jornada de consumo. Mas, muitas empresas ainda possume certa dificuldade de identificar o novo consumidor. Afinal, quem é o consumidor 4.0?

É o consumidor mais tecnológico naturalmente, mais conectado, mais ansioso. E ele sabe muito sobre o produto ou serviço que ele está decidindo comprar. Então, o que costumo dizer que foi uma troca, uma assimetria, que antes era das empresas, já que elas sabiam mais dos produtos que os consumidores e agora é o contrário. Os consumidores sabem muito. Então, é por isso, que o nível de exigência subiu muito. Antes o consumidor, antes dele tomar uma decisão, ele se informa muito e ele também tem um comportamento em rede. Ou seja, essas pessoas vão influenciando as outras.

Qual a solução paras empresas atenderem esses consumidores?

A inovação. Elas precisam conhecer mais, ouvir mais. Tem vários rankings que mostram quais seriam os “segredos” das empresas mais inovadores. O que na verdade, não é segredo. Elas escutam mais, estão mais próximas dos consumidores e tem menos burocracia. Ou seja, o consumidor dá as dicas e tem umas empresas que escutam e outras não.

O super consumidor aceita pagar mais caro por uma experiência de compra, como optar por comprar em uma loja ao invés de um e-comerce?

Com toda certeza. Basta ver o que acontece com o mercado de luxo, porque o movimento on-line não é tão representativo quanto nas outras categorias de consumo. E a questão é o presente ou se presentear ou aquela indulgência da conquista, do fato de poder ir lá. Isso acontece com automóveis, com demais itens de luxo demonstrando que o varejo físico, a experiência de compra tem uma força muito relevante quando bem feitos. E com isso, as pessoas se dispõem a pagar esse “premium” caso elas sintam que o que elas terão em troca faça sentido, que seja uma experiência única.

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