Siderúrgica instalada no Espírito Santo pode sofrer impacto da taxação americana sobre o aço e o alumínio
Por Kikina Sessa
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que em breve vai anunciar tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio feitas pelos Estados Unidos, sem mencionar detalhes do plano. Caso isso ocorra, a medida impacta o Brasil, que, atualmente, é o segundo maior fornecedor de aço, atrás apenas do Canadá, segundo o Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Dentre as siderúrgicas do país que mais exportam aço está a ArcelorMittal Tubarão, instalada no Espírito Santo. A companhia não quis se pronunciar a respeito da ameaça americana e também não informou quanto de sua produção brasileira vai para os Estados Unidos. Consta em seu relatório anual que, em 2023, a empresa produziu 14 milhões de toneladas de aço no país, sendo a grande maioria exportada.
Fonte: Departamento de Comércio dos Estados Unidos
Sindicato que representa o comércio exterior capixaba, o Sindiex tem acompanhado o cenário econômico internacional, observando as mudanças globais que impactam a atividade no Estado.
“Mesmo diante das incertezas geradas por medidas protecionistas nos Estados Unidos, e outras variáveis geopolíticas, seguimos otimistas com as perspectivas para este ano de 2025. Vale destacar que o Espírito Santo possui uma posição estratégica e registrou crescimento expressivo do comércio exterior em 2024”, diz nota da entidade.


O sindicato afirma ainda que avalia ser fundamental que o Brasil e o Espírito Santo se mantenham atentos às oportunidades e desafios comerciais que possam surgir nesses momentos desafiadores.
“Esse cenário de mudanças nas relações internacionais oferecem novas possibilidades para diversificação de mercados e expansão do comércio exterior. Acreditamos que, com diálogo e parcerias estratégicas, vamos avançar ainda mais, aproveitando, além da nossa posição geográfica privilegiada, a infraestrutura crescente para alcançar novos destinos e consolidar o estado como um player importante no comércio internacional.”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil só deve se posicionar após uma decisão oficial.
Em 2019, no primeiro mandato, Donald Trump também tarifou importações de aço. O Brasil era um dos alvos da medida, no entanto, acabou ficando entre os países isentos.
O Instituto Aço Brasil afirmou em nota que também não vai se manifestar por enquanto.