23.9 C
Vitória
domingo, 16 DE fevereiro DE 2025

Trump toma posse nos EUA: o que esperar do novo mandato?

Presidente norte-americano Donald Trump tomou posse na Casa Branca diante de lideranças internacionais; Analistas ponderam novo mandato

Por Robson Maia

O presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, Republicano, tomou posse nesta segunda-feira (20) na Casa Branca diante de apoiadores e lideranças internacionais. Em seu primeiro discurso no retorno ao comando do país, Trump reafirmou a intenção de retomar o Canal do Panamá e de combater a migração ilegal no país, em especial a partir da fronteira com o México. O Golfo do México, reiterou Trump, passará a se chamar Golfo da América.

O presidente afirmou que declarará emergência nacional de energia, de forma a retomar, em larga escala, a produção de fontes não sustentáveis, em especial petróleo e gás, para garantir as reservas estratégicas do país, bem como a disponibilização de energia para as indústrias norte-americanas. E prometeu também revogar obrigações de cunho ambientalista em favor de veículos elétricos, de forma a manter o compromisso com as montadoras de veículos com motores à combustão.

Trump voltou a afirmar que, para proteger os trabalhadores americanos, pretende tributar produtos com origem em outros países. Ele reiterou alguns de seus posicionamentos contrários à chamada ideologia de gênero, dizendo que “há apenas dois gêneros: o masculino e o feminino”, e que porá “fim à política de tentar fazer engenharia social da raça e do gênero, promovendo uma sociedade que será baseada no mérito, sem enxergar a cor”.

- Publicidade -

Imigração e energia

“Toda entrada ilegal será imediatamente impedida, e iniciaremos processo de devolução de milhões de imigrantes ilegais a seu país de origem. Restabeleceremos a política do ‘fique no México’ e porei em prática a lei de prender e deportar. Tropas serão enviadas para o sul para dificultar a entrada em nosso país. Além disso, vou designar os cartéis [de drogas] como organizações terroristas internacionais”, discursou o presidente, que, pela segunda vez, assume a Casa Branca.

Trump acrescentou que vai retomar uma legislação de 1708 sobre imigrantes, pela qual seu governo poderá utilizar todas forças de segurança pública para “eliminar gangues” que praticam crimes em cidades e bairros norte-americanos. “Como comandante chefe, não há responsabilidade maior do que defender nosso país de ameaças e invasões. Farei isso em um nível nunca antes visto em nosso país”, disse ele, ao afirmar que, em breve, alterará o nome do Golfo do México para Golfo da América.

O novo presidente disse, em alusão ao slogan de campanha, que fará os Estados Unidos retornarem a seu lugar como a nação mais poderosa e respeitada do mundo. “Teremos a maior força armada que o mundo já viu”, afirmou.

trump_bolsonaro_aliados
Os bolsonaristas consideram que o ex-presidente tem a chance de repetir, em 2026, a trama do republicano – Foto: RS – Fotos Públicas

Tump lembrou que o Canal do Panamá foi uma obra americana cedida àquele país, ao custo de 38 mil vidas perdidas durante sua construção. “Depois disso, fomos tratados de forma cruel, após oferecermos esse presente que jamais deveria ser dado. O espírito desse presente foi totalmente violado, com sobretaxas aos navios americanos. Não fomos tratados de forma justa, sobretudo pela China, que opera o canal. Por isso, vamos tomá-lo de volta”, prometeu.

“Minha mensagem hoje é de que é hora, mais uma vez, de agirmos com coragem, vigor e com a vitalidade das maiores nações da história”,complementou.

Trump anunciou que, ainda nesta segunda-feira, vai declarar emergência nacional da energia, com o objetivo de diminuir preços e ajudar setores industriais do país, além de recompor as reservas estratégicas de petróleo.

“Seremos mais uma vez um país industrial, com maior quantidade de petróleo e gás do que qualquer outro país. Diminuiremos os preços e preencheremos novamente nossas reservas estratégicas. E exportaremos nossa energia. Seremos novamente uma nação rica com o ouro negro que está sob nossos pés”, disse.

“E vamos pôr fim a acordos verdes. Vamos revogar as obrigações sobre veículos elétricos, salvando nossa indústria automotiva e mantendo compromisso com nossas montadoras”, acrescentou.

O presidente prometeu fazer, em breve, uma reforma do sistema de comércio “para proteger os trabalhadores e as famílias americanas. Por isso, em vez de tributar nossos cidadãos, estabeleceremos tarifas para outros países.”

LEIA MAIS
Lula diz que Brasil vai reagir contra taxações de Donald Trump Lula diz que Brasil vai reagir contra taxações de Donald Trump - Presidente deu entrevista nesta quinta-feira para Rádio Clube do Pará
Moradores de SP e do RJ recebem alerta de terremoto no celular Moradores de SP e do RJ recebem alerta de terremoto no celular - Para diferentes lugares entre os dois Estados, a mensagem - disparada por volta das 2h20 - mencionava diferentes níveis de abalo sísmico - entre 4,4…

Analistas ponderam retorno de Trump ao poder

Analistas convidados pela ES Brasil ponderaram sobre o retorno de Donald Trump a Casa Branca, sobretudo diante dos discursos de campanha e de posse. Para Darlan Campos, é importante, em primeiro momento, observar as principais ações no que dizem respeito a política externa e relações comerciais.

“O Trump assume o principal governo do mundo já tendo sido testado, o que significa que já tem algumas coisas que a gente pode esperar dele. O ponto 1 é uma tendência a um mundo de relações mais bilaterais. O Trump demonstrou muitas críticas no seu primeiro mandato aos organismos internacionais de discussão, como a ONU e OMS, e preferiu essa relação muito mais bilateral de um país com o outro. Segundo que um novo embate de conflito com a China, que é uma pauta americana dos últimos anos, e que o Trump busca enfrentar. Como brecar o crescimento da China?”, disse o analista.

donald_trump_eua_gabinete
Após um primeiro mandato conturbado, Trump pretende agora ter caminho livre para adotar suas políticas – Foto: Fotos Públicas

“O terceiro ponto de atenção é como ele vai lidar com os grandes conflitos nacionais e internacionais. Nós estamos falando aqui de conflito, como Palestina e Israel, guerras civis que acontecem hoje em países da África, o conflito da Ucrânia. Então tem uma série de conflitos internacionais hoje que a gente tem uma dúvida de como vai ser o seu posicionamento, de que forma ele vai atuar nesse sentido”, pontuou Campos.

Já o analista Thomas Tommasi ressaltou a força dos discursos de Trump e fez coro a relação estremecida com a China.

“A primeira característica desse novo governo do Trump é que ele está extremamente empoderado. Ele chega muito mais forte para esse mandato do que o primeiro mandato dele. Esse é um ponto de atenção. Sempre com o objetivo de fortalecimento interno do país. Esse nacionalismo tem por objetivo fortalecer a economia americana em face dos outros mercados, inclusive em relação à União Europeia, a China e etc. Trump promete taxar importados, por exemplo, de alguns lugares do mundo. Então esse é um ponto de atenção porque isso vai impactar na exportação para alguns países”, disse Tommasi.

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 225

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Publicidade -

Política e ECONOMIA