O projeto-piloto de horta comunitária recuperou uma área de 700 metros quadrados no bairro São Torquato
Por Wesley Ribeiro
Um projeto-piloto agroecológico pelo Instituto Rede Expertise do Espírito Santo transformou um depósito de lixo domiciliar e entulho, em Vila Velha, na Grande Vitória, em uma horta comunitária cheia de legumes, frutas, verduras e hortaliças.
Realizado pelo referido instituto, em parceria com a Associação Comunitária de São Torquato, o projeto teve início em junho de 2020, quando foi criado o projeto-piloto de horta comunitária agroecológica e já beneficiou um terreno de 700 metros quadrados.
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Segundo os realizadores, um dos principais objetivos da iniciativa é incentivar a produção agroecológica de alimentos para consumo da comunidade. Outra possibilidade é a venda da produção excessiva, que pode gerar trabalho e renda.
O projeto também visa proporcionar palestras, oficinas e cursos sobre reeducação alimentar, economia doméstica, conscientização ambiental e reintegração à natureza.
Atualmente, a horta produz quiabo, feijão, tomate-cereja, milho, chuchu, batata-doce, inhame, amendoim, aipim, abóbora, salsa, cebolinha, cúrcuma, mamão, banana, maracujá, abacaxi, plantas medicinais, plantas melíferas e rosas.
Recentemente, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) atuou com a doação de sementes do milho “Capixaba Incaper 203”, uma semente desenvolvida pelo Instituto que apresenta boa produtividade e resistência a doenças.
O extensionista do escritório local de Vila Velha, Paulo Sharlders, ressaltou que a atuação do Incaper na horta tem um importante caráter social, que também compõe a missão e a atuação do Instituto.
“Estamos difundindo o cultivo com técnicas agroecológicas e percebemos uma evolução contínua. A diversidade de culturas na horta apresenta benefício até mesmo para a proteção das culturas, uma vez que a diversidade contribui para minimizar o ataque de pragas e doenças. Nossa intenção é envolver cada vez mais a comunidade local no cultivo da horta e contribuir para esse ganho social”, destacou Sharlders.
“Graças às diversas forças de trabalho que atuam na horta, com dedicação e compromisso, um terreno com toneladas de detritos se tornou um espaço para produção de frutas, verduras e legumes. Acreditamos que essas ações representam uma contribuição diante da mais grave crise alimentar da história brasileira”, frisou Roicles Coelho, gestor técnico da horta comunitária de São Torquato.
Segurança alimentar
A horta comunitária foi implantada em meio à pandemia, segundo os idealizadores, visando se tornar um modelo de produção que contribua para a segurança alimentar sustentável, tanto em Vila Velha quanto nos demais municípios capixabas, conforme acrescentou Coelho.
O projeto também foi criado com o intuito de contribuir com a segurança alimentar e expansão da oferta de alimentos saudáveis à comunidade.
O projeto-piloto é desenvolvido por pessoas voluntárias e moradoras do entorno. A ação tem viés cidadão de responsabilidade social, uma vez que contribui com a segurança alimentar da comunidade de São Torquato.
A produção é destinada preferencialmente aos voluntários devido à contribuição para a manutenção da horta e como retribuição aos esforços desempenhados. Outros públicos também podem ser beneficiados, a depender do volume das colheitas.
“A agricultura urbana se apresenta como alternativa eficiente para amenizar a crise alimentar decorrente do efeito combinado de queda do poder aquisitivo e alta explosiva dos preços dos alimentos. Por isso, o projeto é tão importante para expandir a oferta de alimentos em um pequeno espaço antes ocioso”, pontuou Coelho.
Novas hortas comunitárias estão sendo desenvolvidas na Grande Vitória, com a intermediação do Instituto Rede Expertise do Espírito Santo.
No bairro Santa Tereza, em Vitória, já estão ocorrendo visitas técnicas para início de cultivo. Também na Capital, há a expectativa do lançamento de um programa de hortas urbanas, complementou Roicles Coelho.