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domingo, 28 abril, 2024

A indústria e a cidade, uma parceria inteligente

Por Doria Porto

A Quarta Revolução Industrial entrou no cenário mundial por meio da Alemanha, no ano de 2011. Ali teve início a transformação digital do processo fabril, quando se começou a aproveitar as tecnologias de ponta, tais como internet das coisas (IoT), internet dos serviços (IoS), inteligência artificial (IA), big data, computação em nuvem, realidade aumentada e robótica, criando sistemas de produção inteligentes, conectados e automatizados, mudando as formas de produção, os modelos de negócios e o consumo. Nascia a Indústria 4.0.

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Esse processo vem crescendo em todo o planeta, desde então, e atualmente já se chama a Indústria 4.0 de Indústria Inteligente. A indústria – onde quer que esteja – sempre está inserida no contexto de uma cidade. O crescimento das cidades inteligentes acabou por alcunhar a indústria moderna como inteligente também, mais que 4.0.

Mas como seria a simbiose entre a indústria inteligente e a cidade inteligente?

A indústria inteligente não apenas transforma a produção e contribui com o desenvolvimento da sociedade, ela também transforma a logística, o marketing, os transportes, os sistemas de energia, o meio ambiente e outros elementos de infraestrutura que estão nas cidades, ajudando na criação de um novo ambiente urbano integrado e interconectado, baseado em dados, e contribui na construção das bases tecnológicas para as cidades inteligentes e sustentáveis emergentes, transformando a forma como os ambientes urbanos são geridos, melhorando a qualidade de vida dos moradores.

A cidade inteligente, da mesma forma, aproveita as tecnologias da indústria inteligente para criar infraestruturas mais eficientes. Sensores inteligentes e dispositivos IoT são integrados em sistemas urbanos, como transporte, redes de energia, situação ambiental e gestão de resíduos, permitindo a coleta e análise de dados em tempo real, por meio de uma Central Operacional Inteligente. Esta abordagem baseada em dados permite uma alocação otimizada de recursos, redução do consumo energético e melhor gestão dos serviços da cidade.

Com suporte de uma rede elétrica pública inteligente dotada de sensores, que atua como uma espinha dorsal na cidade para captar dados em tempo real de vários aspectos, tais como fluxo de tráfego, consumo de energia, gestão de resíduos e qualidade do ar, entre outros, é possível analisar e usar esses dados para tomar decisões e melhorar os serviços da cidade e resolver desafios.

A Indústria e a Cidade se utilizam das mesmas forças tecnológicas e, como estão integradas no mesmo ambiente, podem somar esforços para uma contribuição mútua que fortaleça a indústria de um lado e a cidade de outro. Ganha a sociedade.

A estruturação, por parte do poder público, dos serviços urbanos na direção de sedimentar uma cidade inteligente depende de um conjunto de legislação e normas, o que torna o processo mais lento do que no setor privado, quando ele transforma a indústria tradicional na indústria inteligente. Assim, a construção de parcerias entre os dois setores para a implementação de iniciativas de cidades inteligentes e sustentáveis passa a ser vital para a criação de ambientes urbanos mais eficientes, sustentáveis e orientados para a tecnologia.

Em 2024, o Espírito Santo pode dar um importante passo se começar a estimular uma colaboração entre o setor indústrial e as cidades, com um modelo de governança e adesão aos padrões e regulamentos para o uso seguro e ético das tecnologias da indústria inteligente na cidade inteligente e sustentável.

Doria Porto é presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis (IBRACHICS).

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