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domingo, 28 abril, 2024

A Capital do Livro no Brasil

Por Manoel Goes

Vivemos bons ventos na produção literária e vendas de livros aqui no Espírito Santo e em todo o país, após anos de grandes dificuldades. O sucesso da 40ª Bienal Internacional do Livro, realizada recentemente no Rio de Janeiro, fechou com expressivos números: mais de 600 mil visitantes, e quase 6 milhões de livros vendidos, recorde absoluto de vendas, com média de nove livros por pessoa. Foram mais de trezentas atrações nacionais e internacionais, quase 500 editoras, selos e distribuidoras e uma diversidade de títulos. Devido ao sucesso em todas essas quatro décadas, a Bienal do Livro passa a ser Patrimônio Cultural do Livro do Rio de Janeiro. Com certeza foi a maior Bienal de todos os tempos. A desse ano ficou marcada pela união de diferentes mídias para contar histórias, e todos esses novos formatos convergem narrativas se cruzando entre livro, audiovisual e teatro. Nota especial também para a literatura infantil com experiências imersivas trazendo a magia das histórias, que extrapolam os livros, e ganha as emoções da criançada, com apresentação teatral de grandes clássicos como Alice no País das Maravilhas, dentre outros.

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Em 1808, quando a família real, por pressão da invasão napoleônica, transferiu-se para o Brasil, trazendo cerca de 60 mil volumes da Biblioteca Real. Instalados na nova capital, Rio de Janeiro, Dom João VI e seus ministros criaram, entre os demais empreendimentos, a Biblioteca Real, atual Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. A evolução dos livros e longa, cheia de mistérios e surpresas. A trajetória desse artefato fascinante que foi inventado pelo homem para que as letras, códigos, palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. Várias formas de fabricação, modelos, edições e formatos que ao longo de toda a jornada humana fora testado e reinventado. Os livros nos levam desde os tempos da Alexandria, nos campos de batalha de Alexandre, e também na Vila dos Papiros que o vulcão Vesúvio, com suas lavas, fez sepultura. A viagem prossegue, e o livro que temos hoje tomando novas formas, passando pelos palácios de Cleópatra. Avançando muito na linha do tempo, podemos registrar as primeiras bibliotecas com suas oficinas de cópias manuscritas. Chegamos à 2023 com este importante reconhecimento mundial, o Rio de Janeiro será, em 2025, a Capital Mundial do Livro, título concedido pela UNESCO. Pela primeira vez uma cidade de língua português (lusófona) irá receber este importante título mundial, e assumirá o Rio de Janeiro este papel, a partir de 23 de abril de 2025.

Esse título, concedido pela UNESCO e por grandes representantes da indústria editorial mundial, contemplam uma cidade, como reconhecimento da qualidade dos programas de promoção do incentivo à leitura e dos livros; dedicado a toda a indústria livreira do Brasil. Hoje a Capital Mundial do Livro é Estrasburgo, uma Comuna na França. O objetivo de se escolher anualmente a Capital Mundial do Livro é fortalecer e democratizar o acesso à leitura, com foco especial em jovens e em comunidades mais vulneráveis, com desenvolvimento de programas e atividades que promovam o livro e a leitura. Por isso estamos vivenciando aqui no nosso estado, uma grande produção literária com muitos salões e feiras literárias, muito bem organizadas e obtendo grande sucesso. Nada melhor ver tudo isso acontecendo neste mês de outubro, o mês dedicado ao Dia do Livro Nacional (29-10), data histórica criada em 1810 em comemoração à fundação da primeira biblioteca brasileira, a Real Biblioteca, na então capital do Brasil, o Rio de Janeiro.

Por Manoel Goes – escritor, gestor cultural e diretor no IHGES Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.

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