Até 2023, serão implantadas novas tecnologias e equipamentos em duas unidades produtivas da ArcelorMIttal. Ainda esse ano, investimentos em manutenção e monitoramento, deverão reduzir, todos os dias, a emissão de pó preto no ar em 900 quilos.
A ArcelorMittal Tubarão anunciou, na manhã desta sexta-feira (13), investimentos em melhorias no seu controle ambiental. A siderúrgica irá implantar novos equipamentos e tecnologias, no valor de R$ 574 milhões, em duas unidades produtivas da usina.
O maior investimentos será unidade da coqueria, local em que o carvão mineral é submetido a altas temperaturas na ausência de oxigênio, e produz o coque.
Nesse local, será instalação um novo equipamento, chamado de “quarta bateria” (em verde na perspectiva ao lado), que substituirá a “primeira bateria” (assinalada com o círculo roxo), utilizada desde 1983.
O conjunto da coqueria reúne três unidades de bateria, cada um com 49 fornos, totalizando 147. A construção da bateria 04, garante a melhoria, sem que a produtividade seja afetada.
A empresa optou instalar um novo equipamento na coqueria, com maior eficiência na contenção da poeira. O diretor de Operações João Luiz Ribeiro explicou que, por meio da melhoria tecnológica dos refratários, que garantem a temperatura necessária à combustão, a emissão de material particulado na chaminé 2 será reduzida pela metade.
“Essa decisão significa um gasto maior de R$ 160 milhões. Mas é a que defendemos que fosse aprovada pela empresa. E obtivemos essa aprovação no dia 04 de julho. A nova tecnologia, além de garantir 50 anos de vida útil, irá representar 50% a menos nas emissões fugitivas; enquanto a reforma na bateria 1 significaria mais 15 anos de vida útil ao equipamento e 30% de redução”, explicou o diretor.
Liberação para obra
A expectativa “cautelosa” para que a obra que irá ajudar a reduzir a emissão de poeira na Grande Vitória comece a ser realizada é início de 2020, afirmou Gerente de Sustentabilidade João Bosco Reis.
Isso porque, somente a licença ambiental gira em torno de um ano e meio para ser obtida. Mas, por se tratar de uma medida que “vai de encontro a tudo que vem sendo debatido em relação às questões ambientais, os gestores consideram a possibilidade da licença ambiental sair antes dos 18 meses”, defendeu Reis.
A partir de 2023, essas melhorias deverão representar, no montante das emissões da unidade de Tubarão, 1,3 tonelada a menos de pó preto no ar da Grande Vitória, todos os dias. Em dezembro do ano passado, o registro foi de 5,8 toneladas diárias. A boa notícia é que a maior parte dessa redução, cerca de 900 quilos, deverá ocorrer ainda este ano. Essa melhoria virá do investimento em torno de até R$ 30 milhões na manutenção dos fornos das baterias 2 e 3.
João Bosco destacou que essas melhorias atendem a alguns itens previstos no recente relatório apresentado pela Cetesb, com metas para reduzir emissões na Grande Vitória.
Em maio deste ano, a siderúrgica recebeu um relatório com 191 metas para reduzir a emissão de poluentes, a partir de um estudo elaborado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com colaboração do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).
Ainda em relação à Coqueria, o diretor de Operações João Luiz Ribeiro explicou que, no local onde hoje funciona a bateria 01, a partir de 2028 ou 2029, terá início a construção de um conjunto 100% novo. “Aprendemos essa técnica de fazer a substituição de toda a estrutura, sem afetar em nada a produção, lá na Espanha”, contou.
Segundo projeto ArcelorMittal
A Arcelor também fará melhorias no pátio de beneficiamento de coprodutos da empresa. Irá instalar um novo sistema de despoeiramento (filtro de mangas) que ataca a emissão fugitiva em dua situações. A primeira delas, nas emissões rotineiras, durante o processo de redução de enxofre do aço, que utiliza tecnologia japonesa e ocorre 16 vezes por dia – são os processos de basculamento de escória do KR, que ocorre em quatro baias.
A segunda situação é a chamada emergencial, quando algum problema na produção exige que o ferro-gusa seja lançado nas oito baias abertas. Segundo o diretor de Operações, uma situação que pode ocorrer entre 5 e 10 vezes por mês.
Em ambas as situações, as emissões passarão a ser aspiradas e direcionadas ao filtro de manda.
A área de infraestrutura interna – onde ocorre o manuseio, beneficiamento e comercialização de coprodutos como o Revsol, utilizado no asfaltamento de vias – representa 3% das emissões fugitivas.
Confira aqui o processo de produção do aço.