Mudanças respondem aos desafios atuais, permitindo à Academia manter ativa sua tradição histórica de estimular a cultura em Vila Velha
Por Manoel Goes Neto
A história da ALVV Academia de Letras de Vila Velha começou quando foi fundado o Centro Cultural Humberto de Campos, instituição da qual a Academia descende diretamente. O nome do Centro era uma homenagem a Humberto de Campos (1886-1934), escritor, jornalista e político que Millôr Fernandes definiu como “o maior cronista dos anos 30”.
Alguns fundadores do Centro Cultural eram remanescentes do Centro Acadêmico Humberto de Campos, instituição anterior fundada na década de 1940 e que teve apenas um ano de duração. Para ligar os projetos, os integrantes decidiram manter a homenagem a Humberto de Campos.
Fundada em 07 de março de 1948, a ALVV, entidade literária máxima de Vila Velha completa 75 anos. As atividades da ALVV incluem saraus literários e atividades para divulgação, promoção e defesa da literatura. Seu patrono é Humberto de Campos, jornalista, escritor e membro póstumo da Academia Brasileira de Letras. A instituição representa diversos gêneros, estilos, tendências e formatos literários, com quadro de pessoas com diferentes origens e pensamentos.
Em agosto de 2014, por meio de sessão solene, a instituição passou a ser chamada de Academia de Letras de Vila Velha (ALVV). A homenagem a Humberto de Campos foi mantida: atualmente, ele é o patrono geral da Academia. Junto à mudança no nome, a Academia recebeu outras reformas institucionais, como mudança no número de cadeiras, que se ampliou para quarenta, seguindo a tradição francesa. Foi introduzida uma novidade: como forma de manter o ativismo, foram gerados critérios para permanência dos membros na instituição.
As mudanças respondem aos desafios dos tempos atuais, permitindo à Academia manter ativa sua tradição histórica de promover e estimular a cultura. Sua sede, bem cuidada pela parceria com a Prefeitura Municipal de Vila Velha, está na rua 23 de maio, 83, no Sitio Histórico da Prainha, com vasta atividade e eventos literários. Hoje a presidência da ALVV está entregue e muito bem conduzida pelo jornalista, poeta “dizedor de sentimentos”, Horácio Xavier e como seu vice-presidente o talentoso e jovem escritor Italo Samuel Wyatt.
Sabemos da existência de muitas outras Academias de Letras pelo país afora, nos estados e cidades, todas inspiradas na ABL Academia Brasileira de Letras, que surgiu à imagem e semelhança da francesa e por iniciativa de escritores como Medeiros e Albuquerque, Lúcio Mendonça, Machado de Assis, Joaquim Nabuco. É responsável pela edição de obras de grande valor histórico e literário, e atribui diversos prêmios literários A ABL remonta ao final do século XIX, quando escritores e intelectuais brasileiros desejaram criar uma academia nacional.
A presença no nosso município da segunda mais antiga academia de letras do estado denota a sua importância e permitindo aos cidadãos terem na porta de casa atividades de divulgação da língua e da arte literária. Mais que isso, fomento do habito da leitura e da escrita, atraindo os jovens e neoliteratos, despertando talentos; enfim produzindo uma literatura brasileira contemporânea com o DNA canela-verde, vida longa à ALVV e aos seus imortais Acadêmicos.
Manoel Goes Neto é subsecretário de Cultura de Vila Velha, escritor, gestor cultural e diretor no IHGES.