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domingo, 28 abril, 2024

8 de março dia de resistência feminina

Além da comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a ideia é provocar reflexões e mudanças na sociedade

Por Manoel Goes Neto 

É desejo de todas as mulheres terem direito à vida, que sejam respeitadas e tenham assegurada a sua participação nas universidades e em todos os espaços. Ainda há um longo caminho a ser percorrido no enfrentamento às violências de gênero e para a construção de modos de organização de vida mais equânimes para as mulheres. A família e as academias tem importante papel nessa construção.

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Estamos mais uma vez no chamado Mês das Mulheres, Dia das Mulheres, mais um 8 de março. Além da comemoração, a ideia é provocar reflexões e mudanças na sociedade. O esforço é para acabar com o preconceito e a desvalorização que ainda teimam em existir, mesmo com todos os avanços, com situações de salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.

Oito de março é, portanto, data de celebrar o protagonismo feminino e de somar forças no enfrentamento às diferentes formas de violência de gênero que incidem sobre os corpos e vidas das mulheres, tais como as desigualdades étnico-raciais, salariais e na ocupação de cargos de poder e daqueles de mais alto grau, a imposição de padrões estéticos, o machismo, entre outras. Ressaltamos, como um último grau dessas violências diversas, a triste realidade do feminicídio. Mesmo assim, a data é comemorada (aqui lembro a etimologia da palavra “comemorare” relembrar, não festejar) em mais de 100 países como dia de protesto pelos parcos direitos femininos alcançados.

O Dia Internacional das Mulheres (08/03), constrói-se, historicamente, pela luta e resistência de mulheres em busca de melhores condições de vida e trabalho. A data não foi instituída a partir de um acontecimento único, mas de um cenário marcado por diferentes mobilizações de mulheres operárias do final do século XIX e início do século XX, que lutavam por condições menos degradantes de trabalho e participação na vida política. Tais acontecimentos trazem à tona o protagonismo das mulheres na luta por relações igualitárias de vida e trabalho, fazem-se presentes nas mobilizações do dia 8 de março e ressoam como desafio cotidiano.

Momento propício para refletirmos sobre a identidade e resistência da mulher brasileira, que mesmo sofrendo todo o tipo de preconceito e, mesmo assim, segue forte e destemida, marcando presença significativa na família, na sociedade, na política, no mercado de trabalho, no mundo da moda, nas lutas sociais e outras situações em que a sua presença se faz necessária para que prossigam as grandes mudanças. Mulheres guerreiras, corajosas, de personalidades fortes, ajudam a construir o Brasil, que rompem elos convencionais para buscarem formas alternativas de viver e ser feliz.

Hoje, mais que ontem, existem mulheres que tem a ousadia de pensar, discordar, contestar (“Não é não, assédio é crime!”), propor alternativas sociais, nas quais elas serão o que quiserem ser! Mulheres que lutam, enfrentando forças contrárias, permanecendo firmes, acreditando sempre na capacidade que tem.

Como dizia Santa Paulina: “Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários”. Muitas foram as mulheres que deixaram seu legado de luta e resistência, como Santa Paulina que, desde a sua infância, foi uma mulher empreendedora, com visão de futuro, ousadia e coragem para enfrentar forças opressoras. Firme na sua missão, demarcou o seu espaço (e das mulheres) na sociedade e na Igreja, sendo inspiração para tantas mulheres que seguem na luta por dias melhores.

Manoel Goes Neto é escritor e produtor cultural.

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