A inflação e as altas taxas de juros interferem na disposição das famílias em consumir, segundo a Fecomércio-ES
Por Amanda Amaral
Apesar da alta de 3,5%, na comparação entre maio de 2022 e de 2021, Intenção de Consumo das Famílias (ICF), em Vitória, caiu pela segunda vez na comparação mensal. Entre maio e abril deste ano, o indicador recuou 0,9%, marcando 72,8 pontos.
A queda anterior aconteceu entre abril e março deste ano, quando o indicador caiu 1,4% e marcou 73,5 pontos. Dos sete subíndices pesquisados em maio de 2022, cinco ficaram negativos.
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Momento para Duráveis e Consumo Atual
A maior queda foi apresentada pelo subíndice Momento para Duráveis (28,6), -8,5% na comparação mensal e -14,9% na comparação entre o mesmo mês de 2022 e 2021.
Quando perguntadas se estão comprando mais ou menos do que no ano passado, as famílias responderam menos. O Nível de Consumo Atual (51,5 pontos) também caiu (-3,4%) em maio, mas subiu 7,4% na comparação anual.
Renda Atual e Compras a Prazo
Elas também não estão satisfeitas com o rendimento. Renda Atual marcou 71,9 pontos com -1,9% neste mês e -4,0% em relação ao mesmo mês em 2021.
Outro indicador que demonstrou queda é sobre o prazo, cujo o acesso está mais difícil do que há um ano na visão das famílias. Compras a Prazo (85,5 pontos) caiu 2,2% entre maio e abril e 10,6% na comparação anual.
Inflação e Taxa de Juros
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, avalia que a inflação e as taxas de juros altas ainda perturbam a disposição das famílias em consumir refletindo, em maio, na piora das avaliações sobre o Momento para Duráveis, Compras a Prazo, Nível de Consumo Atual, Renda Atual.
“Por outro lado, as percepções relacionadas ao Emprego (atual e perspectivas) estão nos melhores níveis em pontos, o que deve garantir certo nível de consumo nos próximos meses. De fato, o mercado de trabalho no Espírito Santo tem mostrado crescimentos sucessivos e é fundamental para ajudar na recomposição da renda das famílias”, disse.
Insatisfação ao consumir
ICF varia de 0 a 200 pontos. Insatisfação total é abaixo de 0 pontos, indiferença são 100 pontos e acima de 200 pontos significa satisfação total em consumir. O indicador oscila no patamar de insatisfação desde fevereiro de 2015.
A série histórica apresentou as piores médias anuais em 2017, com 45,3 pontos, e em 2018, com 47 pontos. Em 2020 e 2021, respectivamente, as médias anuais foram 75,4 pontos e 71,1 pontos.
A pesquisa também analisa o rendimento familiar por faixas, avaliando as que recebem até 10 salários mínimos e as que recebem acima de 10 salários mínimos. As duas estão com nível de insatisfação.
Alta no Brasil
A ICF apurada para o Brasil marcou 79,5 pontos, com alta mensal de 4,4%. Em comparação com o mesmo mês de 2021 apontou alta de 17,7%.
Sobre a pesquisa
Os dados do ICF são coletados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O objetivo é medir a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família.
A pesquisa é realizada com cerca de 500 famílias residentes no município de Vitória. A análise dos dados da capital do Estado é realizada pela Assessoria Econômica da Fecomércio-ES.
Números do indicador Intenção de Consumo das Famílias – ICF
Comparação mensal e anual
Maio/Abril de 2022 – -0,9%
Abril/Março de 2022 – -1,4%
Maio de 2022 e maio de 2021 – +3,5%
Variação mensal dos subíndices
1. Emprego Atual – +1,6%
2. Perspectivas Profissionais – -0,3%
3. Consumo Atual – -3,4%
4. Perspectivas de Consumo – +2,6%
5. Renda Atual – -1,9%
6. Compras a Prazo – -2,2%
7. Momento para Duráveis – -8,5%
Com informações da Fecomércio-ES.
