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sábado, 27 abril, 2024

Uma nova agenda econômica para o Espírito Santo

Orlando Caliman

O “novo” sempre carrega um atrativo especial, principalmente pelo que desperta em termos de expectativas do que poderá vir a acontecer e sua contraposição, até natural, ao velho. E em se tratando de desenvolvimento econômico, observado enquanto processo, “velho” e “novo” estarão sempre em convivências simultâneas. Porém, em frações de tempo tendencialmente menores em razão da velocidade crescente dos avanços tecnológicos e de inovações. Diferentemente do que acontecia no passado, e nesse aspecto não precisamos ir muito longe do tempo passado, atualmente o “novo” que surge já pode ser contado em dias, horas e até minutos.

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Este preâmbulo é para que possamos entender melhor o que se passou, se passa agora, e poderá se passar com a econômica capixaba no futuro não muito distante. Sobre o que se passou, prevalece o dito de que o “que passou, passou”, bem como o “agora”, pois este existe como legado do passado e pode ser entendido como resultante do que já foi o “novo”.

No entanto, o que poderá vir a ser, que é a questão objeto deste artigo, dependerá essencialmente de escolhas que serão feitas no dia a dia por um conjunto de agentes atuantes em diferentes dimensões de uma sociedade e sistema econômico tendencialmente mais complexos. Estamos falando de governos nas três esferas, empresas e empresários, trabalhadores, consumidores, cidadãos em geral, instituições as mais diversas, e outros mais. E nesse aspecto o grande desafio está em como fazer-se convergir, nem que seja minimamente, esse conjunto complexo de atores para o “novo” que possa produzir benefícios e bem-estar para todos. Estamos aqui falando de uma nova agenda para um futuro promissor.

Nos últimos vinte anos tive a oportunidade de trabalhar e de certa forma contribuir na construção de dois projetos de desenvolvimento para o Espírito Santo e que funcionaram como “mapas de navegação” em direção ao futuro: o ES 2025 e o ES 2030. Ambos bem alinhados em suas grandes estratégias e diretrizes e que também guiaram agendas programáticas e geraram o que é hoje o Espírito Santo: um estado organizado, respeitado externamente, crível e mais bem preparado para enfrentar o “novo”. O “novo” a ser capturado para uma nova agenda.

Para quem já teve acesso aos dois planos ou pretende entendê-los verá que a ideia e a perspectiva do novo perpassam a ambos. No ES 2025, por exemplo, o conceito de “nova economia” está bem presente, e com ela   as estratégias de inserção competitiva, agregação de valor, o desenvolvimento do capital humano e a qualidade das instituições, a questão da sustentabilidade, dentre outras frentes que podemos considerar de vanguarda.

O ES2030 vai mais à frente, naturalmente incorporando a evolução dos cenários de contextos externos e internos. E a perspectivo do “novo” esteve mais fortemente presente, com a macroestratégia do “avançar com inovação”. No sentido de avançar para o novo. Elaborado em 2012, o ES2030 já focava a “economia verde”, hoje em pauta e que já chamava a atenção para a necessidade de se incorporar mais conhecimento, novas tecnologias e sofisticação. Algo que se aproxima do que hoje denominamos de complexidade econômica.

E é na perspectiva de uma economia mais complexa que o Espírito Santo deve pautar a sua nova agenda. E naturalmente, uma agenda que com foco na “construção” de condições leve à inovação, à sustentabilidade, a ganhos de eficiência e sofisticação. Sobretudo, direcionando inovação e tecnologias para a sustentabilidade: inovabilidade. 

Orlando Caliman é economista e sócio-diretor do Instituto Futura

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