21 C
Vitória
domingo, 28 abril, 2024

Tenha uma gravidez saudável e segura

É importante, para que a sua gravidez aconteça da melhor forma para você e seu bebê, manter uma boa alimentação e praticar exercícios físicos

Por Taís Hirschmann e Camila Ferreira

A gravidez é um dos momentos mais importantes da vida de uma mulher. Carregado de mudanças, dúvidas e incertezas, o período gestacional precisa ser vivido com uma boa dose de responsabilidade. Por isso, a Revista da Samp entrevistou alguns profissionais e traz dicas para garantir a segurança física e emocional e uma gestação tranquila para quem planeja gerar uma vida.

- Continua após a publicidade -

A primeira pergunta para quem está tentando ou já conseguiu engravidar, geralmente, é: o que uma gestante pode ou não fazer? O ginecologista e obstetra Alexandre Araújo Pires afirma que, basicamente, uma gestante pode fazer de tudo, porém sempre evitando os excessos, como por exemplo, na ingestão de café. Além disso, algumas coisas devem realmente ser evitadas, como ingerir bebidas alcoólicas, fumar, fazer atividades físicas com impacto, consumir alimentos crus (sushi, sashimi) e enlatados com conservantes e tomar qualquer medicação que não tenha sido recomendada pelo médico – principalmente nos três primeiros meses de gravidez.

Já a médica obstetra Adilene Ferraz de Almeida Ungarelli diz que a grávida tem que entender que precisa respeitar e seguir as orientações do obstetra. Então, é fundamental que ela procure uma assistência pré-natal e siga à risca o que o médico disser. “Cada gestante tem suas necessidades específicas e não podemos jamais generalizar as orientações”, afirma Adilene.

Também é importante que as grávidas respeitem as necessidades fisiológicas que qualquer pessoa tem, e que na gravidez ficam mais evidentes. É preciso observar os períodos de sono e manter uma alimentação saudável, por exemplo. Já na lista do que não fazer estão as viagens longas e a frequência a ambientes como shoppings, feiras livres e aeroportos, que pela grande circulação de pessoas oferece mais risco de transmissão de vírus e bactérias. “Na gravidez, o organismo está exigindo mais, e quando a mulher se expõe a situações contraindicadas, acaba colocando em risco a própria saúde e a do bebê”, diz Adilene. Ela também recomenda evitar fazer saunas e caminhadas prolongadas. A gravidez deixa o organismo da mulher com a imunidade mais baixa e dificulta qualquer tipo tratamento, já que nem todo medicamento pode ser usado.

Comer mal ou não se exercitar pode levar uma gestante a ter o filho prematuramente? Segundo Alexandre Pires, indiretamente sim, porque se a gestante come mal, não tem um bom pré-natal. A alimentação inadequada, aliada à falta de exercícios físicos, pode ser extremamente prejudicial para a mãe e para o bebê, por facilitar o ganho exagerado de peso. “O excesso de peso na gravidez favorece o aparecimento de hipertensão arterial e diabetes gestacional, que são fatores que podem levar à interrupção prematura da gravidez”.

“Na gravidez, o organismo está exigindo mais, e quando a mulher se expõe a situações contraindicadas, acaba colocando em risco a própria saúde e a do bebê” – Adilene Ferraz de Almeida Ungarelli, ginecologista e obstetra

Da mesma forma, ficar magra demais pode ser um problema para a gestante. “A desnutrição materna pode provocar o crescimento intra-uterino restrito, com o envelhecimento precoce da placenta, o que induz o parto prematuro. O bebê nasce com baixo peso, mais suscetível a desenvolver dificuldades respiratórias e infecções”, explicou Pires.

A obstetra Adilene Ungarelli também afirma que tanto alimentar-se mal quanto não praticar exercícios físicos podem prejudicar o desenvolvimento do feto. “O aumento de peso está muito relacionado ao diabetes gestacional e ao risco de pré-eclampsia, o que acarreta o trabalho de parto prematuro também. E como hoje tudo esbarra na atividade física, a grávida precisa se exercitar, mas tem que respeitar os limites de seu corpo”, recomenda.

O ideal é buscar orientação com o obstetra antes de iniciar qualquer atividade física. Gestantes que já praticavam exercícios antes da gravidez têm um condicionamento físico melhor, e podem até mesmo continuar com as mesmas atividades, observando o impacto e a frequência, mas sempre sob a supervisão de um especialista. Já para quem vai começar a se exercitar depois de ficar grávida, o mais recomendável são exercícios dentro da água, como a hidroginástica. Os alongamentos diários também são indicados.

E será que, como mutos acreditam, os momentos de tristeza podem influenciar no desenvolvimento do bebê? O médico Alexandre Pires diz que não. “Claro que se o ambiente não é bom, a gravidez é conturbada, isso contribui para que o pré-natal não seja tão bom, mas acredito que não influencia o desenvolvimento do bebê”, diz.

“O excesso de peso na gravidez facilita o aparecimento de hipertensão arterial e diabetes gestacional, que são fatores que levam a interromper a gravidez prematuramente.” – Alexandre Araújo Pires, ginecologista e obstetra

Já a médica Adilene Ungarelli alerta para a importância de definir o grau de tristeza pelo qual a grávida está passando. “A partir do momento que a mulher descobre que está grávida, as emoções ficam à flor da pele, por muitos motivos. Todas as vezes que sentimos insegurança ou medo, ficamos em uma situação vulnerável; daí, vem a tristeza, que pode evoluir para uma melancolia e até uma depressão. Então, essa tristeza precisa ser avaliada. Muitas vezes ela chega a atrasar a realização de exames do pré-natal, faz com que a grávida se alimente mal e não tenha vontade de fazer exercícios físicos, e isso é prejudicial. Há muitos casos de grávidas que precisam de terapia”, analisa.

E não é só uma possível influência da tristeza que provoca discordância enrte os especialistas. Também a ingestão de bebida alcoólica na gravidez divide opiniões. Para o médico Alexandre Pires, depende muito da quantidade. “É permitida uma taça de vinho no fim de semana. O excesso de álcool pode prejudicar o bebê, criando uma insuficiência placentária, fazendo com que este não se desenvolva adequadamente”, alerta.

Já de acordo com Adilene Ungarelli, o álcool deve ser totalmente abolido na gravidez, pois pode prejudicar o organismo da gestante e, consequentemente, do feto, tanto física como mentalmente, especialmente na parte cognitiva do bebê. “Não temos estudos a respeito, mas acredito que o álcool também pode prejudicar a parte renal da grávida e a área cognitiva do bebê”, ressalta.

Em relação ao hábito de fumar, ambos os especialistas são unânimes: o cigarro é prejudicial à saúde em qualquer fase da vida e, especialmente, na gravidez. “Fumar durante a gravidez lesa os vasos placentários, criando uma insuficiência placentária e pode levar a um descolamento da placenta e ao nascimento prematuro do bebê”, diz Pires. E Adilene alerta: “Existem vários estudos que associam o cigarro ao baixo peso fetal, crescimento uterino restrito e prematuridade. Infelizmente, o número de mulheres gestantes tabagistas é grande. Por isso, o cigarro precisa ser abolido da gravidez”.

Seguir as dicas apresentadas aqui pelos obstetras, assim como as orientações do profissional que está acompanhando ou irá acompanhar a gravidez, é importante para garantir uma gestação segura para mãe e filho. “A grávida é responsável pela formação deste novo ser, junto com a família, o obstetra e o Estado. Cada nascimento é uma esperança de um mundo melhor. Que Deus esteja no propósito desta nova vida”, diz Adilene.

Dicas para uma gravidez saudável:

  • Deseje estar grávida
  • Alimente-se bem
  • Engorde de 9 a 12 quilos
  • Use ácido fólico na gravidez
  • Pratique exercício físico
  • Faça pré-natal com um médico de que goste
  • Realize todos os exames solicitados
  • Ultrassons devem ser feitos nos períodos adequados
  • Faça um curso de gestante
  • Defina o tipo de parto que mais se identifica com o seu perfil
  • Não tome medicamentos sem orientação médica
  • Durma bem
  • Faça alongamentos
  • Evite excesso de café
  • Não fume e não beba
  • Evite ambientes insalubres

Esta matéria foi publicada originalmente na Edição 22 da Revista Samp. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA