28.8 C
Vitória
quarta-feira, 1 maio, 2024

Passagens aéreas: Por que os preços não baixam?

O preço das passagens aéreas foi analisado pelo economista Vaner Corrêa, que explica quais fatores implicam no valor do serviço

Por Amanda Amaral 

O preço das passagens aéreas foi o principal motivo para o aumento da prévia da inflação de outubro deste ano, com contribuição individual de +0,18%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas por que está difícil controlar o preço das passagens aéreas?

- Continua após a publicidade -

Quais fatores contribuem para a elevação? Quem explica é o membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), o economista Vâner Corrêa. “O preço das passagens aéreas está demorando a sentir a redução da inflação, que já atingiu outros produtos, porque a formulação do seu preço é muito mais complexa”, avalia.

Inflação das passagens

O maior aumento em um ano aconteceu quando as passagens aéreas subiram 28,17% em outubro, frente a setembro (8,20%), de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação.

Há dois meses o indicador não apresentava alta e no mês passado cresceu 0,16%, tendo este item com a principal contribuição individual (+0,18%). Além disso, com relação à inflação oficial do país, divulgada em setembro pelo IBGE, na Região Metropolitana de Vitória, o valor das passagens já acumulava alta de 44,27% em 12 meses.

Custos do preço

“A formação do custo da passagem envolve manutenção, engenharia e diversos outras prestações de serviços. Além disso, a participação do querosene nos custos é grande, ela representa em voos internacionais em torno de 40% e em voos nacionais entre 15 e 30%”, explicou Vâner Corrêa.

Contudo, a Petrobras anunciou três reduções no preço do querosene: -2,6% em agosto; -10,4% em setembro; -e 0,84% em outubro. O segmento está se recuperando mais tardiamente, segundo o economista, que disse que para uma estabilização outras questões estão em jogo como forças exógenas, ou seja, externas ao Brasil, já que o preço do barril de petróleo é cotado em dólar.

passagens aéreas
O economista Vâner Corrêa comenta sobre a alta no preço das passagens. Foto: Divulgação

Pandemia da Covid-19

“A demanda vai continuar forte, mas o setor não se recuperou. A alto no preço do barril de petróleo, apesar de uma estabilização esse ano, vem crescente desde 2020. Além disso, há a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, além de uma deflação mundial como consequência da pandemia, são fatores que influenciam no preço do querosene e o Brasil não pode controlar”, comentou Vâner Corrêa. Para ele, a alta persistente no preço de alguns serviços e produtos ainda está ligada as consequências da pandemia da Covid-19, que em 2020 e 2021, impactou vários mercados em razão das restrições sanitárias.

“Quando a OMS – Organização Mundial da Saúde, decretou a paralisação de tudo, a economia foi jogada em chão, foi retirada a energia da economia. O setor terciário foi fortemente atingindo. Não fazia sentido fazer eventos multinacionais, os aviões ficaram estocados em pátios, os hotéis sem hóspedes. Isso impactou toda a rede que movimenta o setor terciário, que no país e no Espírito Santo representa a maior parte do PIB – Produto Interno Bruto. Acalmando as forças exógenas, a tendência é que as passagens aéreas voltem a um patamar de equilíbrio”, avaliou.

 

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA