O projeto está publicado no site da Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP)
A Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP) recebe até esta terça-feira (02) contribuições e informações que subsidiarão a decisão da diretoria colegiada quanto ao projeto de instalação de barreira de proteção na Terceira Ponte. A consulta pública ARSP 005/2018 está disponível no site www.arsp.es.gov.br .
A ARSP esclarece que após receber da concessionaria Rodosol os projetos conceituais com quatro tecnologias decidiu, naquele momento, estudar a instalação de placas de vidros. No entanto, esse material apresentou-se inviável por conta da área de atrito pelo túnel de vento, baixa resistência às intempéries e ações de vandalismo. Identificou-se, à época, que as placas de vidros deveriam possuir lâminas duplas com película anti-impacto, estrutura robusta de ancoragem, limpeza, substituição e manutenção constante.
Evoluiu-se, então, no estudo com a tecnologia de cabos de aço sustentados por barreiras verticais inclinadas por possuir menor custo de fabricação e manutenção, fácil acesso para manutenção da estrutura da Ponte, menor área de atrito pelo vento, menor prazo de instalação e por manter – dentro do possível – o cone de visibilidade do Convento da Penha.
A Agência, em contato com a Rodosol, desenvolveu um protótipo da estrutura vertical inclinada com cabos de aço para, de fato, comprovar se haveria resistência à transposição de pessoas. Porém notou-se que a inclinação necessária para evitar que pessoas pudessem escalar a estrutura não poderia ser obtida, uma vez que as telas não poderiam adentrar para a área útil da Terceira Ponte utilizada para a circulação de veículos. Outros testes de inclinação e altura foram realizados, no entanto, ambos se apresentaram tecnicamente inviáveis. Identificou-se, também, que os tensionadores dos cabos horizontais possuíam rigidez o suficiente para ser utilizado como escada.
Dadas essas questões, a ARSP e a Rodosol evoluíram com o estudo de cabos rígidos verticais, sem inclinação, com altura de 2 metros e espaçamento de 10 centímetros a serem instalados sobre a estrutura de guardas-rodas existente na Ponte. Lanças pontiagudas foram inseridas na estrutura horizontal superior e testes realizados pelo Corpo de Bombeiros indicaram que a atual tecnologia apresenta difícil transposição.
A ARSP informa que a instalação de barreira de proteção não constitui solução suficiente, por si mesma, para equacionar esse grave problema de saúde pública. Muito embora exista a perspectiva de substancial diminuição de ocorrência sobre a Terceira Ponte, “faz-se necessário que a vítima obtenha atenção dos poderes públicos, da família e da sociedade”, como afirma Júlio Castiglioni, diretor geral da ARSP.
Segundo Castiglioni, “em todos os conglomerados urbanos em que ocorre alto índice de suicídios, a comunidade local tem travado uma importante discussão sobre a conveniência de se instalar dispositivos de proteção”. Assim como ocorre no Espírito Santo, locais como São Francisco (EUA) e Melbourne (Austrália) se colocaram nessa discussão por longos anos. Aqui no Estado, “a ARSP, em conjunto com o Governo do Estado, decidiu por implantar o dispositivo de proteção sob a premissa de que a vida deve ser tutelada, seja em favor das pessoas que tristemente atentam contra si mesmas, ou em favor das pessoas que diariamente necessitam trafegar pela Ponte, inclusive, para se submeter a tratamentos de saúde”, comentou.
Com isso, a ARSP – mediante auxílio técnico da concessionária e do DER-ES – adotará os atos necessários à instalação do dispositivo após promover a consulta pública para receber sugestões da população capixaba. Segundo Kátia Muniz Côco, diretora técnica de infraestrutura viária da ARSP, “a relevância da decisão demanda plena participação popular”.