Por conta do isolamento social, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) projeta queda de 38,9% do PIB turístico este ano, rebaixando-o dos projetados R$ 270,8 bilhões para R$ 165,5 bilhões
Por conta da pandemia do novo coronavírus, muitos estabelecimentos foram obrigados a fechar e vários setores da economia sentiram o impacto provocado pelo surto da Covid-19. Um dos segmentos que mais sofre com isso é o de Turismo e Hotelaria.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), como reflexo da paralisação da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 poderá sofrer uma retração de 4,4%, a maior registrada no país desde 1962. Além disso, a Fundação projeta queda de 38,9% do PIB turístico este ano, rebaixando-o dos projetados R$ 270,8 bilhões para R$ 165,5 bilhões.
Já a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) estima a falência de 10% dos hotéis. A entidade afirma que toda a rede brasileira não suportará a falta de clientes, totalizando cerca de 200 mil estabelecimentos fechando as portas, gerando uma onda maciça de desemprego num curto espaço de tempo.
Espírito Santo
A rede hoteleira que vinha se recuperando no Espírito Santo também já sofre com a pandemia. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH-ES), Gustavo Guimarães, 43% de hotéis capixabas estão com atividades suspensas em virtude da crise causada pelo novo coronavírus.
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“A situação amenizou um pouco com a edição da MP nº 936 do governo federal, que possibilitou a redução/suspensão dos contratos de trabalho, sendo esse o maior item do custeio de um meio de hospedagem. Sabemos porém, que vários outros são os custos, possibilitando que alguns dessa porcentagem não retomem as atividades”, disse ele.
Gustavo garantiu, ainda, que a ABIH-ES e o Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Espírito Santo (Sindihotéis) atuam junto aos órgãos públicos e à Justiça em demandas que favoreçam os meios de hospedagem nesse período difícil que o país está vivendo.
Recuperação
Visando a recuperação do setor, a ABIH-ES busca parceria por meio de diálogos com as Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e de municípios capixabas para um planejamento de retomada do segmento. “O turismo e a hotelaria em particular são os primeiros a sentir os impactos de qualquer crise e uma das últimas atividades a retomarem a normalidade”, lembrou Gustavo Guimarães.
O presidente da Associação ressalta que “diferente de um fato pontual como foi a crise na Polícia Militar em 2017 que acabou num dia e no dia seguinte tudo estava resolvido, no caso da pandemia não há uma data fixa de encerramento dessa crise, levando insegurança no deslocamento de pessoas ainda por muito tempo”.