“Para ser considerado sustentável, o produto precisa seguir normas que garantam que pessoas, comunidades e ambientes envolvidos no processo sejam cuidados e protegidos”
Por Victor Rodrigues
Nos últimos anos a moda sustentável alcançou patamares comerciais sem precedentes. Segundo relatório da empresa de pesquisa Research And Markets, o crescimento mundial do setor deve passar de 6,3 bilhões de dólares em 2019 para $8,2 bilhões de dólares em 2023.
Dessa forma, entre 2025 e 2030, esse número pode chegar a 15,2 bilhões de dólares. Isso mostra que investir em sustentabilidade é bom não apenas para o meio ambiente mas também para o futuro da indústria da moda.
- Petrobras aumenta preço do diesel a partir de quarta-feira (29)
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
Além disso, a Economist Intelligence Unit (EIU) aponta que as buscas na internet por produtos sustentáveis tiveram crescimento de 71% nos últimos cinco anos. Englobando mais de 54 países, o estudo aponta que, no Brasil, os tuítes relacionados ao assunto aumentaram 82% no período analisado e o volume de notícias cresceu 60%.
Segundo a Futuro do Comércio, pesquisa feita pela Shopify, 53% dos entrevistados preferem produtos sustentáveis e 75% estão dispostos a pagar por itens ecológicos.
Moda sustentável
“Com o mercado aquecido, o setor enfrenta agora o desafio para diferenciar cadeias produtivas realmente sustentáveis de ações publicitárias oportunistas”, comenta Mäby Dutra, fundadora da DaCosta Verde. Baseada em Nova York, a diretora criativa de São Paulo trabalhou para uma das maiores autoridades no assunto, a designer britânica Stella McCartney.
Da escolha dos materiais à embalagem, passando pela ética social, a DaCosta Verde tem sua marca alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Da mesma forma o apoio consultivo do escritório de parcerias da ONU na campanha We Are Amazônia. Na venda de cada camiseta da linha a marca se compromete a doar cinco árvores para a floresta Amazônica, em parceria com a ONG S.O.S Amazônia.
“Para ser considerado sustentável, o produto precisa seguir normas que garantam que pessoas, comunidades e ambientes envolvidos no processo sejam cuidados e protegidos”, explica Mäby. Ela recomenda que os compradores analisem com cuidado, em especial, os materiais das roupas. Um exemplo é o algodão orgânico certificado, especialmente os que levam o selo GOTS (Global Organic Textile Standard) é a melhor opção.
“A moda sustentável envolve um processo complexo, mas sabemos que é possível produzir roupas com responsabilidade ambiental e social”, afirma Céline Semaan, fundadora da Slow Factory, consultora do setor. “Descubra se a marca que você está comprando tem um objetivo de longo prazo e o que faz para combater o desperdício e a redução de emissões”, ensina.