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sábado, 27 abril, 2024

Salões e feiras literárias em alta no ES

Por Manoel Goes

A evolução dos livros é longa, cheia de mistérios e surpresas. Artefato fascinante, inventado pelo homem, para que as letras, códigos, palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. Várias formas de fabricação, modelos, edições e formatos que ao longo de toda a jornada humana fora testado e reinventado. Os livros nos levam desde os tempos da Alexandria nos campos de batalha; e a viagem prossegue com o livro que temos hoje tomando novas formas. Chegamos à 2023 com um importante reconhecimento mundial: o Rio de Janeiro será, em 2025, a Capital Mundial do Livro, título concedido pela UNESCO. Pela primeira vez uma cidade de língua lusófona irá receber este importante título mundial, e assumirá o Rio de Janeiro este papel, a partir de 23 de abril de 2025.

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Vivemos, portanto, bons ventos na produção literária e nas vendas de livros em todo o país, após anos de grandes dificuldades. Aqui em terras capixabas, como em todo o país, após a pandemia, temos acompanhado o crescente aumento dos salões e feiras literárias, importante instrumento de políticas públicas de incentivo à produção, distribuição, divulgação e também de realização de eventos culturais das mais variadas linguagens, onde os romances, crônicas, contos, poesias e literatura infanto-juvenil, dos autores locais, principalmente os iniciantes, ganham enorme visibilidade. A participação do público é fundamental, nas discussões literárias, permitindo a maior exposição dos talentos artísticos da terra, e com os preços mais acessíveis dar condições para que as obras possam ser adquiridas. Cabe também às escolas adquirirem e adotarem livros de escritores capixabas.

O sucesso da 40ª Bienal Internacional do Livro, realizada recentemente no Rio de Janeiro, foi exemplo desse novo cenário, que fechou com expressivos números: mais de 600 mil visitantes, e quase 6 milhões de livros vendidos, recorde absoluto de vendas, com média de nove livros por pessoa. Foram mais de trezentas atrações nacionais e internacionais, quase 500 editoras, selos e distribuidoras e uma diversidade de títulos.

Estamos finalizando um ano literário muito produtivo, culminando em novembro com a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty, na sua 21ª edição, apresentando novas possibilidades de ocupação dos espaços públicos, com cultura e educação, impulsionando mecanismos de troca entre aqueles que por lá irão transitar e aqueles locais. O sucesso da Flip é resultado de um longo percurso com potencialização do território que dão sustentação à experiência de todos que participam da Festa – moradores, visitantes, artistas, escritores e trabalhadores de diversos setores.

A premiada editora capixaba independente Cousa, do incansável editor, escritor Saulo Ribeiro, que junto com mais cinco outras editoras independentes de São Paulo firmaram parceria com a local galeria e bar Matriz Cultural e criaram a Casa Pagã (recomendo a visita) em homenagem a Zé Celso Martinez Correa, grande ícone da dramaturgia falecido em julho deste ano. Temos a responsabilidade de incentivar o hábito da leitura infantil e prestigiar a literatura produzida no nosso estado, afinal que lê livro é livre!

Por Manoel Goes, escritor, produtor cultural e diretor no IHGES Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.

 

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