Era Rose de Freitas que também dialogava diretamente com ministros para resolver interesses demandas do Porto de Vitória
Não era segredo para ninguém que a senadora Rose de Freitas (MDB) mantinha na Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) um domínio sobre os principais cargos. Seu reinado, no entanto, começou a ruir quando seu partido, na época ainda PMDB, rompeu com o Governo do PT presidido pela ex-presidente Dilma Roussef.
Até o desembarque, no entanto, a Codesa era um reduto que Rose mantinha com plenos poderes e tinha sob sua digital as nomeações para a presidência da companhia. Em 2015, só para citar uma delas, foi responsável pela ida de Cloves Lascoques para a presidência.
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Era ela também que dialogava diretamente com ministros para resolver interesses demandas do Porto de Vitória, inclusive a tão aguardada dragagem do terminal. Tantos poderes deu a ela a possibilidade de indicar o próprio irmão Edward Freitas para um dos cargos de diretoria da Codesa, este mesmo irmão preso pela Polícia Federal durante a operação Corsário da Polícia Federal nesta quarta-feira.
Até então, o que se sabia de Rose era sua grande influência na Codesa, mas a Operação da Polícia Federal deflagrada joga os holofotes em suspeitas de desvios de dinheiro da empresa entre os anos de 2015 e 2018. A própria senadora é alvo das investigações. Em sua casa em Fradinhos, em Vitória, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão.
Durante todo o dia ninguém conseguia localizá-la, nem mesmo sua assessoria de imprensa que foi demandada durante todo o dia. Só no início da noite ela divulgou uma nota dizendo que fico surpresa com a operação. Afirmou que estão tentando manchar sua honra e que em oito anos de mandato nunca cometeu nenhum ato ilícito.
Obviamente é cedo para ter uma sentença se a senadora tem ou não alguma participação no esquema. Mas em ano véspera de eleição qualquer exposição negativa pode comprometer todo seu projeto político.