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sábado, 27 abril, 2024

Que tal ir de bike?

A cada dia, mais e mais pessoas se rendem ao convite de “colar com a magrela”

Por Naiara Gomes

Muita economia de dinheiro, a sonhada fuga do trânsito intenso, condicionamento físico, momentos de lazer ou adrenalina. E tudo isso ainda com o aval da sustentabilidade! Muitos são os aspectos positivos que entram na lista de argumentos para que, a cada dia, cresça o número de adeptos da cultura do uso da bicicleta nos grandes centros urbanos. Sim, a bike fever se justifica pelas vantagens que a “magrela” carrega, apesar de ainda enfrentar um cenário desafiador no que diz respeito à segurança e à infraestrutura.

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Há ainda as bicicletas compartilhadas, que, ao contrário do que muita gente poderia imaginar, não concorrem com a venda de unidades particulares. Ao contrário, têm incentivado ainda mais as pessoas a adquirirem sua própria bike.

Todos esses fatores colaboram para que a frota nacional de bicicletas seja hoje superior a 70 milhões de unidades, se considerarmos a estimativa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motores, Bicicletas e Similares (Abraciclo). 

Aqui no Espírito Santo, o ato de pedalar está cada vez mais frequente nas ruas da Grande Vitória e do interior. Muitas pessoas optam pela “magrela” para fazerem seus trajetos, sejam eles para compromissos profissionais ou pessoais, pensando no meio ambiente.

A bike é um veículo sustentável, limpo, que não emite qualquer gás do efeito estufa, como o CO², na atmosfera, ao contrário de carro, moto e ônibus. 

Entretenimento

 

Que tal ir de bike?
PAIXÃO | Layds & Brutas uniu amigos e família em torno da bike. Foto: Divulgação

Como a paixão pela bicicleta tem se tornado cada vez mais comum, muitas pessoas estão se reunindo para simplesmente pedalar por aí, no asfalto ou em trilhas. São os chamados grupos de pedal. Há cerca de quatro anos, a técnica em Enfermagem Fabíola Scamparle Suim, de 41 anos, criou um deles: o Layds & Brutas.

Voltado para famílias e amigos, ele já conta com mais de 60 integrantes da Grande Vitória, a maioria de Cariacica e Viana. “A bicicleta me ajuda em tudo. É um remédio natural, antidepressivo, antiestresse, ajuda a perder peso e ainda me possibilita fazer novas amizades”, disse.

Há quem goste, no entanto, de pedalar sozinho, como uma forma de fugir da rotina, renovar as energias e praticar um exercício físico. É o caso do inspetor penitenciário Aquiles Porfírio de Andrade, de 29 anos, que usa a bicicleta para fazer passeios e ter momentos de lazer. “Andar de bike me possibilita percorrer paisagens do nosso Estado que poucas pessoas conhecem e me conectar com a natureza”, afirma.

Rapidez

O trânsito é um problema comum nos centros urbanos, tanto para quem usa o transporte coletivo quanto para quem opta pelo carro. Na Grande Vitória não é diferente. Por isso, para fugir dos engarrafamentos e, consequentemente, diminuir o tempo de deslocamentos, o universitário Rafael Melotti, de 21 anos, opta pela “magrela” para ir de Jardim Camburi, em Vitória, à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, onde estuda. “Além de proporcionar uma economia, gasto o mesmo tempo ou até menos do que eu gastava quando ia de ônibus”, conta o aluno de Matemática-Licenciatura.

Competição

Já para o mecânico Denisval Alves de Souza, de 45 anos, a bicicleta é um assunto sério, que remete a treinos, competições, medalhas e troféus. Ele compete nas categorias “Mountain” e “Ciclismo de Estrada” há 21 anos. Tudo começou quando tinha 14 anos e resolveu pedalar para entregar mais rapidamente os jornais que vendia. 

Que tal ir de bike?
COMPETIÇÃO | Com rotina puxada, Denisval já conquistou títulos. Foto: Arquivo Pessoal

Em 1998, um amigo o chamou para competir, ele conquistou o terceiro lugar e não parou mais: já são nove títulos estaduais e um nacional, em 2013, na categoria “Ciclismo de Estrada”. “Minha rotina de treinos é puxada. Treino cinco vezes por semana: às terças, quartas e quintas, aos sábados e aos domingos. Acordo às 5 horas e treino das 5h30 às 8 horas”, relata.

 

Mobilidade Urbana

Para que a população das cidades adote a bicicleta como meio de transporte, é fundamental que o poder público invista em soluções de mobilidade e em ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. 

Por isso, projetos de diversas obras estão sendo realizados, como a ampliação da Terceira Ponte, o Portal do Príncipe, em Vitória, e o viaduto de Carapina, na Serra. 

De acordo com Damasceno, a atual gestão também está estudando formas de integrar as bicicletas ao transporte público por meio da implementação de bicicletários próximos a pontos de ônibus. Ainda não há, no entanto, um prazo para o projeto sair do papel.

“Criamos uma gerência para tratar exclusivamente de mobilidade ativa e estamos em fase de estudo, conversando com as prefeituras e pesquisando localizações.

Queremos oferecer para o usuário uma forma de mobilidade para o último trecho de seu trajeto. Com essa integração, ele poderá descer do ônibus, pegar uma bicicleta e pedalar até a sua casa”, afirma.

É necessário também proporcionar segurança para os ciclistas. É o que lembra Marcos Paulo Silva Duarte, presidente da Federação Espírito-Santense de Ciclismo (Fesc), citando os frequentes furtos e roubos de bicicletas.

Para tentar mudar esse quadro, a federação estimula os ciclistas a cadastrarem suas bicicletas em sistemas como o Bike Registrada e está criando uma comissão de segurança para propor ações para o Governo do Estado.

A ideia é inspirada na Comissão de Segurança no Ciclismo da Cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o presidente da federação, representantes de 50 grupos de ciclistas da Grande Vitória participaram da primeira reunião que debateu a comissão e que foi realizada na primeira semana de fevereiro.

“Como os ciclistas pedalam por diversos locais do Espírito Santo, eles sabem onde estão os pontos mais críticos. Queremos conversar com os órgãos competentes e repassar os dados dos locais que precisam ser melhorados no quesito segurança” alega Marcos Paulo.

Esta matéria é uma republicação exibida na Revista ES Brasil – Fevereiro/2020, produzida pela jornalista Naiara Gomes e atualizada em 2021 (Priscilla Cerqueira). Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi originalmente escrita.

 

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