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domingo, 28 abril, 2024

Produção científica: Estado quer inovar com tecnologia

Pablo Lira anuncia o uso de tecnologia de drones na prevenção a inundações e as metas da sua gestão à frente do IJSN

Por Amanda Amaral

Em janeiro, o pesquisador doutor e servidor de carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), Pablo Lira, assumiu como diretor-presidente do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), instituição na qual já atuava como diretor de Integrações. Entre as metas da nova gestão, estão o uso de tecnologias da informação e da comunicação como diferenciais na entrega da produção científica.

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Entre as novidades, o aerolevantamento com drones com o intuito de monitorar e prever inundações e enchentes. Pablo Lira também comentou sobre a missão do Instituto de consolidar ainda mais a participação do Espírito Santo em redes de pesquisa nacionais e internacionais.

Em razão das discussões sobre a dinamização da economia capixaba, o pesquisador explicou sobre a participação do órgão na produção de informação e conhecimento no atual ciclo de desenvolvimento do Estado, em que se destacam o ecossistema da inovação, o setor de rochas ornamentais, de minério de ferro, de siderurgia, de petróleo e gás e a indústria de bens finais.

ES Brasil: Como o IJSN se prepara para atender as demandas da sociedade?

O governador do Estado, Renato Casagrande, vem cada vez mais investindo no IJSN, diferente de outros estados. E uma boa notícia sobre investimentos. No ano passado, o Governo do Estado melhorou mais uma vez as carreiras de servidores públicos lotados no IJSN. Foi feita uma atualização do plano de cargos e salários do Instituto, justamente, garantindo sustentabilidade para os próximos anos. E esse investimento tem que ser contínuo.

O Espírito Santo a condição diferenciada de contar com o IJSN fortalecido e com a missão de produzir informação e conhecimento científico para subsidiar a elaboração e o aprimoramento de políticas públicas com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos capixabas e contribuir para o desenvolvimento do Estado.

A ciência tem sido colocada em cheque por muita gente. Como tem sido provar a importância do conhecimento científico?

Recentemente, houve uma atuação muito marcante do IJSN, que foi solicitada pelo governador do Estado junto à sociedade capixaba, a atuação durante a pandemia da Covid, a mais grave crise sanitária da humanidade. A população capixaba e o Governo do Estado puderam contar com o conhecimento científico do IJSN e de instituições parceiras. Esse conhecimento veio em uma hora em que a ciência foi muito atacada mundialmente por grupos ideológicos extremistas, grupos negacionistas.

O Instituto atuou junto com a Secretaria de Estado da Saúde – Sesa, junto com o Corpo de Bombeiros, as universidades, produzindo ferramentas riquíssimas como o Mapa e a Matriz de Risco, o Painel Covid. Conseguimos produzir informações que contribuíram para o planejamento e a tomada de decisão na gestão de risco da pandemia, e também conscientizar a população sobre o nível de risco que a pandemia apresentava, tanto antes da vacina quanto depois. Inclusive, o Instituto foi defensor da vacinação.

Produção científica: Estado quer inovar com tecnologia
“Queremos expandir o Desenvolvimento Regional Sustentável e estar cada vez mais presente no dia a dia da sociedade, ampliando as potencialidades do Espírito Santo” – Foto: Willian Girelli

Os serviços do IJSN passaram a ser mais conhecidos pela população?

Nós éramos demandados diariamente, institucionalmente e pessoalmente também. As pessoas nos encontravam na rua e perguntavam: “quando o mapa da minha cidade vai para o nível baixo de risco?”. Esse diálogo mostra a população se conscientizando de uma produção científica. Isso valoriza e reforça a importância da ciência para pensar o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população. O Instituto se coloca como uma instituição capixaba na linha de frente, defendendo a ciência em favor do desenvolvimento da sociedade e da humanidade.

Muito tem se falado sobre a diversificação da matriz econômica do Espírito Santo. Como o IJSN tem contribuído para esta discussão?

O Instituto vem produzindo diagnósticos e análises, que são nossos produtos rotineiros. Também temos um amplo leque de parceiros, desde as secretarias de Governo, até as federações como a Findes, a Fetaes e a Fecomércio. A gente vem dialogando e pensando estratégias para dinamizar o desenvolvimento e diversificar a base produtiva do nosso Estado. Agora, no advento do terceiro grande ciclo econômico capixaba, a gente vem monitorando os investimentos, realizando o cálculo do PIB – Produto Interno Bruto e disponibilizando isso para a população, universidades e governos.

Nesse ciclo, o IJSN começa a identificar a presença mais marcante do setor de rochas ornamentais, do petróleo e gás e da indústria de bens finais. Estamos observando a expansão da atração de investimentos em bens finais para o Norte do Estado. Exemplos: WEG, Marco Polo, Itatiaia, entre outras. São empresas que vão ajudar a diversificar a base produtiva para além das commodities.

Além disso, o Espírito Santo tem que estar muito antenado quanto ao estado da arte em inovação, nos setores e segmentos da economia criativa, nas tecnologias da informação e da comunicação e na inovação. Existe todo um ecossistema no Estado que se fortaleceu na última década e que vai ser estratégico para o Espírito Santo dar um salto em seu desenvolvimento.

O IJSN já participa do Observatório das Metrópoles e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao assumir a presidência da autarquia, você comentou que gostaria de dar mais destaque ao Instituto no cenário internacional. Como está este trabalho e qual a importância dele para o Estado?

O Instituto já vem atuando para destacar o Espírito Santo no mapa da produção científica nacional e internacional. O próprio Observatório das Metrópoles é uma grande rede internacional de pesquisas. A gente vem produzindo intensamente, porque, consequentemente, a gente está também falando do Estado e inserindo o Espírito Santo no mapa nacional e internacional de produção científica de ponta.

Na rede do Observatório das Metrópoles, conseguimos um lugar de destaque na última década. Hoje somos um dos principais parceiros desta rede que está se expandindo por meio de cooperações para a Europa e América Latina, e também para outros continentes. O nome do Instituto e do Espírito Santo se reforça nessa profícua rede de produção científica.

Quais são as principais metas da sua gestão para os próximos quatro anos?

Ampliar cada vez mais a produção científica do Instituto, conseguir ampliar também nossos recursos humanos por meio de concursos e outras formas inovadoras como bolsas e trainees, o que aumenta nosso potencial de produção. Reforçar também a parceria com as secretarias e autarquias do Estado, e consolidar essa característica do Instituto do diálogo com o desenvolvimento regional. Através do Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) temos diálogo permanente com as microrregiões do Estado, composta pelos 78 municípios capixabas.

Queremos expandir isso e estar cada vez mais presente no dia a dia da sociedade pensando nas adversidades, ampliando as potencialidades do Estado, de acordo com as especificidades geográficas de cada microrregião e de cada município. Outro ponto é fomentar nesses próximos anos a produção científica na fronteira da inovação. A gente vive a era da inovação. A gente estimula a área técnica do Instituto a pensar produtos inovadores, modernos e tecnológicos para produzir informação e conhecimento que irão subsidiar a elaboração e aprimoramento de políticas públicas.

Produção científica: Estado quer inovar com tecnologia
“O diálogo com a população valoriza e reforça a importância da ciência para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população capixaba” – Foto: Willian Girelli

E quais projetos já serão colocados em prática em 2023?

Estamos discutindo um projeto-piloto, que falo para você em primeira mão, um aerolevantamento utilizando drones, já existe em outros lugares, mas é inovador aqui no Estado. O foco será o desenvolvimento de modelos numéricos do terreno que podem contribuir para prever cotas de inundação. Estamos vivendo um período de eventos extremos com as mudanças climáticas. Então, conseguiremos trabalhar com modelagem de dados através desses aerolevantamentos e prever cotas de inundação de acordo com índices pluviométricos e movimento de massa, preservando a vida das pessoas que vivem em áreas de risco e auxiliando o planejamento urbano dos municípios.

Essa inovação vamos buscar cada vez mais, é uma diretriz do Instituto desenvolver projetos com base em inovação e implementação de tecnologias da informação e da comunicação.

Também está previsto para 2023, a Academia de Gestão Municipal, a AGM, na qual envolvemos técnicos, secretários municipais e lideranças do setor produtivo de todas as dez microrregiões do Espírito Santo para que eles tenham contato com estes conhecimentos através de cursos de formação. A formação é um catalisador para a melhoria contínua da qualidade dos serviços públicos. A implementação será nos próximos meses em parceria com a Esesp, a Secretaria de Desenvolvimento, a Casa Civil e outros parceiros.

Outra questão para 2023 são as análises particularizadas e detalhadas dos dados censitários de 2022 do IBGE. Faremos pesquisas sobre mobilidade urbana, demografia, população com deficiência física, grupos vulneráveis, vamos nos debruçar nos dados do Censo e produzir muito conhecimento para subsidiar a elaboração e o aprimoramento de políticas públicas.

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