Fiscalização nos mangues de Vitória para proteger caranguejos
Por Rafael Goulart
O período da andada do caranguejo-uçá, espécie típica da culinária capixaba, continua até segunda (13) e para garantir a boa funcionalidade do ciclo reprodutivo do animal, servidores da Secretaria de Proteção Ambiental de Vitória (Semmam) percorrem os mangues da capital.
Os agentes da Semmam aproveitam o período da maré baixa para de barco percorrer as áreas de reprodução de caranguejo nos manguezais a fim de monitorar o ciclo da espécie e de fazer abordagens em caso de flagrante irregularidade.
De acordo com a Prefeitura, durante as visitas ao mangue de Maria Ortiz e do Canal dos Escravos, os técnicos e fiscais têm encontrado os caranguejos em situações próprias do período da andada: os crustáceos fora de suas galerias (tocas), “espumando” (situação típica), fêmeas “ovando” (liberando ovos) e caminhando o manguezal em direção às margens para o ritual de acasalamento.
Ainda segundo a prefeitura, não foram encontradas nenhuma ação de captura, a manutenção em cativeiro, o transporte e a comercialização de caranguejo nesta quarta etapa até o momento no manguezal, bem como ocorrências no comércio. Nas anteriores, a fiscalização aprendeu apenas um balde com cerca de três dúzias de caranguejo, que foram imediatamente soltos ao longo do manguezal.
As ações de fiscalização vão até o fim dessa que é a quarta andada do caranguejo-uçá dessa época reprodutiva, na segunda-feira. Outro período de andada deve acontecer entre os dias 22 e 27, ocasião em que a fiscalização deve se retomada assim como a proibição da comercialização e manejo do animal.
Andada
O grande período de reprodução dos caranguejos-uçá é de dezembro a março, porém, de acordo com a Lua, que por sua vez terá influência na amplitude da maré, há pequenos ciclos conhecidos como “andada” ou “dança”.
Nesse pequeno intervalo de dias, os caranguejos aproveitam que a maré estará em seus níveis mais baixos para saírem de suas tocas e realizar a fecundação dos ovos que a fêmea carrega.
É importante a proteção desse período em especial pois garante a sobrevivência da espécie que é uma das protagonistas da culinária e fauna capixaba.
“As vistorias são realizadas visando garantir a preservação da espécie, a manutenção dos manguezais e o equilíbrio do ecossistema e também das famílias que dependem dessa prática para se manter”, apontou o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Foeger.
Durante o período da andada, ficam proibidos a captura, a manutenção em cativeiro, o transporte, o beneficiamento, a industrialização, o armazenamento e a comercialização dos indivíduos da espécie, proveniente de qualquer origem, bem como as partes isoladas (quelas, pinças, garras ou desfiado). A proibição tem como base a Portaria Estadual Seama nº 021-R/2022.