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terça-feira, 7 maio, 2024

PF apresenta relatório com mensagens do celular de Do Val

Relatório apresentado pela Polícia Federal confirma mensagens com cunho golpista no celular de Do Val

Por Redação

O relatório apresentado pela Polícia Federal (PF), referente as mensagens encontradas no celular apreendido do senador Marcos do Val (Podemos-ES), constatou que o parlamentar compartilhou informações sobre a trama de golpe de Estado, com o objetivo de impedir a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio de dois grupos de WhatsApp: o “Chefias” e o “Amigas para a eternidade”.

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Inicialmente, os textos encaminhados por Do Val se limitavam a instruções como: “Vejam e apaguem em seguida”. Depois de certo tempo, o senador subiu o tom e abandonou o “modo temporário”, função especial do aplicativo de mensagens que prevê o apagamento automático de textos digitados e/ou encaminhados.

As conversas com o grupo “Chefias”, composto por 2 assessores de seu gabinete, foram curtas. Nos diálogos, Do Val antecipou os diálogos com Daniel Silveira e descreveu o plano como uma “missão que entrará para a história do Brasil/mundo”. De acordo com investigadores da PF, a fala do parlamentar capixaba faz menção a um possível golpe de Estado.

No entanto, foi no grupo “Amigas para eternidade” (nome fictício, conforme apurou a investigação) que o senador se expressou de maneira mais aberta. Em textos e áudios cheios, outros participantes chegaram a comemorar a possibilidade do golpe: “Eu tô vibrando, vibrando, mas já vou apagar a mensagem!”, disse uma das “amigas”.

Do Val também afirmou ser responsável pela decisão de Bolsonaro de deixar o Brasil com a família e viajar para os Estados Unidos na véspera de encerrar seu mandato presidencial.

“Eu fui convidado por ele (Bolsonaro) para fazer essa ação. Como integrante da CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência), fui dando corda para ver até onde ele iria. Na eminência (sic) de fato acontecer eu passei para ele que estaria cometendo um crime gravíssimo contra a democracia e de lá reportei para o órgão responsável. Foi diante disse que ele fugiu para os EUA”, disse.

As conversas não se restringiram apenas às trocas de mensagens de texto. O senador compartilhou com as amigas não apenas as capturas de tela das conversas secretas mantidas com Daniel Silveira, mas também a imagem da mensagem enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Na tarde desta quarta-feira (12), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à Polícia Federal como parte da investigação. O ex-chefe do Executivo será questionado sobre suposta reunião golpista denunciada por Do Val, que envolveria também o ex-deputado Daniel Silveira.

Entenda

Em um primeiro momento, Marcos do Val afirmou que teria sido recebido por Bolsonaro numa reunião no Palácio da Alvorada e o então chefe do Executivo teria sugerido que o parlamentar gravasse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

Segundo essa versão, Bolsonaro chamou Do Val à residência presidencial para dar a ele essa missão. Depois de receber ligações do clã Bolsonaro, Do Val mudou o relato. Disse que a ideia não partiu de Bolsonaro, mas do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).

“O que ficou claro para mim foi o Daniel achando uma forma de não ser preso de novo, porque toda hora ele descumpria as ordens do ministro (Moraes). Ficou muito claro que ele estava num movimento de manipular e ter o presidente (Bolsonaro) comprando a ideia dele”, afirmou em entrevista coletiva em seu gabinete no Senado.

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