Tanto o segundo trimestre quando o acumulado do semestre mostraram que a estatal teve o melhor resultado operacional desde 2011
A Petrobras fechou o segundo trimestre de 2018 com lucro líquido de R$ 10 bilhões, comparado aos R$ 316 milhões apresentados no mesmo intervalo do ano anterior. Foi o maior lucro trimestral da companhia dos últimos sete anos. Com o resultado, a empresa acumulou lucro líquido de R$ 17 bilhões no primeiro semestre desse ano. Esse também foi o melhor resultado semestral desde 2011. A receita totalizou R$ 158,8 bilhões, aumento de 17,3%, na comparação anual. O resultado positivo foi influenciado principalmente pelo aumento das cotações internacionais do petróleo, associado à depreciação do real em relação ao dólar. No mesmo período, o endividamento líquido caiu 13% em relação a dezembro de 2017, para US$ 73,66 bilhões.
O balanço da companhia refletiu a redução de 70% nas despesas financeiras líquidas entre os trimestres, que passaram de R$ 8,8 bilhões para R$ 2,6 bilhões. Com isso, o lucro antes da incidência de impostos dobrou, para R$ 14,3 bilhões. A receita da estatal somou R$ 84,4 bilhões no trimestre, alta de 26%, ante a receita de R$ 66,9 bilhões do mesmo intervalo de 2017. O lucro operacional subiu 9%, para R$ 16,9 bilhões.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado teve aumento de 57% no trimestre, para R$ 30 bilhões, ante os R$ 19 bilhões obtidos entre maio e junho do ano passado.
Despesas
As despesas operacionais da Petrobras somaram R$ 14,96 bilhões, crescimento de 150% na comparação com as despesas do mesmo intervalo do ano passado, ante R$ 6,3 bilhões. Isso foi reflexo das maiores despesas com vendas, do resultado negativo com hedge de petróleo, do menor ganho com desinvestimentos e também com o efeito da variação cambial sobre o sobre o saldo da provisão da ação coletiva movida contra a companhia na Justiça dos Estados Unidos.
No trimestre, o ajuste cambial sobre os montantes provisionados para pagamento das futuras parcelas do acordo da ação coletiva somou R$ 1,37 bilhão. No total, o efeito da variação cambial sobre “contingências relevantes” em moeda estrangeira teve um efeito negativo de R$ 1,47 bilhão no resultado.
O aumento das despesas financeiras compensou parcialmente a melhora no resultado operacional da companhia. A Petrobras teve margem bruta de 37% no trimestre, a melhor dos últimos anos, uma vez que os custos subiram menos que a receita.
A margem operacional, porém, caiu de 22% para 20% na comparação anual, pressionada pelos aumentos das despesas.
Com informações do Valor e da Agência Petrobras