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sexta-feira, 26 abril, 2024

Brasileiros mais preocupados com a velhice

“Depender só do INSS é certeza de passar aperto, afinal, para um idoso não pode faltar dinheiro para despesas médicas”, diz publicitária

Quem nunca se preocupou com o futuro e com a aproximação da velhice que atire a primeira pedra. A­final, essa fase acaba chegando para todos, seja de maneira tranquila ou conturbada, principalmente por conta dos problemas que poderão surgir ao longo do tempo. Sem contar as mudanças no cenário econômico brasileiro e mundial nos últimos anos, principalmente pós pandemia da Covid-19. Justamente por isso, a ES Brasil trouxe essa republicação

Para avaliar os principais temores da população brasileira em relação ao tema, a Nielsen – provedora global de informações e insights sobre o que o consumidor assiste e compra – acaba de divulgar a pesquisa Global sobre Envelhecimento. Além das preocupações, o estudo também apresenta as principais dificuldades relacionadas ao consumo dessa população que, no cenário atual, não tem suas necessidades atendidas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2050 mais de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo terão mais de 60 anos de idade.

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Diante desse quadro, a pesquisa aponta que o principal temor do brasileiro sobre o envelhecimento é perder a agilidade mental e física (64% e 60%, respectivamente). Outro fator que chama a atenção dos entrevistados e que ocupa o terceiro lugar na lista está relacionado com a perda de autonomia para cuidar das necessidades básicas, como se alimentar e tomar banho sozinho. A falta de dinheiro também se enquadra nesse ranking, pois ainda ganham destaque no estudo as questões fi­nanceiras: 53% ­ficam apreensivos por não ter dinheiro para cobrir despesas médicas e 50% em não conseguir viver confortavelmente.

Segundo a pesquisa, 81% dos entrevistados brasileiros julgam que estarão mais bem preparados ­financeiramente do que seus pais quando chegar o momento da aposentadoria, e 36% dizem que a principal fonte de renda nesse período será proveniente de economias e investimentos pessoais.

Um pensamento que faz parte do dia a dia da publicitária Ana Paula Martins, de 27 anos, que já demonstra interesse em abrir uma poupança para não passar aperto futuramente. “Hoje em dia a vida está muito complicada, e é preciso batalhar para ter uma velhice tranquila. Se dependermos somente do INSS, é certo que vamos passar aperto mais para frente, e convenhamos que um idoso não pode se dar ao luxo de não ter dinheiro para arcar com suas despesas médicas. Estou me dedicando ao máximo para melhorar de vida e viver de maneira confortável, investindo em cursos e estudando bastante. Quanto mais quali­ficada estiver, mais chances tenho de melhorar o meu salário, algo que irá contribuir positivamente no futuro”, revela.

Pensando na vida após a aposentadoria, quais prioridades da vida serão as mais importantes para você?

  • Ficar em forma, física e mentalmente – 71%      
  • Ter uma alimentação saudável – 47%
  • Manter a vida social ativa – 45%
  • Ser tratado com respeito/dignidade – 42%
  • Passar tempo com a família – 33%
  • Atualizar-se com a tecnologia – 30%
  • Usar o tempo com voluntariado – 16%
  • Continuar empregado – 13%
  • Outro – 2%

Prioridades

Ao pensar na vida após a aposentadoria, a maior prioridade da população é manter a saúde física e mental (71%) e ter uma alimentação saudável (47%). O estudo também revela que 33% dos entrevistados pretendem se aposentar entre 50 e 55 anos, e 34% entre 60 e 65. “Esses dados demonstram que, para o varejo, esse será o principal perfil de consumidor no futuro”, a­rma a analista de mercado da Nielsen, Aline Sena.

Mas e as empresas? Será que elas estão preparadas para atender a esse público em especí­fico? Segundo a executiva, as preocupações básicas estão sendo deixadas de lado. “As empresas têm oportunidade de investir em acessibilidade como rampas, elevadores, embalagens mais fáceis de abrir e rótulos que facilitem a leitura”, comenta.

De acordo com o estudo da Nielsen, apenas 34% das lojas varejistas apresentam iluminação adequada para suprir a necessidade dos idosos, enquanto 46% atendem parcialmente. Somente 19% possuem prateleiras de fácil alcance e 18% contam com corredores largos, banheiros e caixas adaptados para de­ficientes. Segundo os entrevistados, o atendimento ao público também precisa ser melhorado, com sinalização adequada e anúncios em letras grandes.

Uma realidade que, segundo o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória (CDL), Marcelo Salles Barbosa, vem se modi­cando na capital. “As lojas estão se adequando cada vez mais, principalmente pela força da legislação municipal. A Prefeitura de Vitória, por exemplo, condiciona o alvará de funcionamento à acessibilidade, ou seja, é necessário ter rampas, corrimão e aparelhos que atendam não só os idosos como também os portadores de necessidades especiais. Esse tipo de nicho já foi descoberto e está sendo muito bem aproveitado pelos lojistas que já visualizam uma oportunidade”, a­rma.

Para Aline Sena, é extremamente importante conhecer o perfi­l da população. “Entender o brasileiro, seu per­fil e necessidades é uma tarefa complexa, dada a pluralidade social, econômica e cultural do país. Mas é um fator essencial para traçar as diretrizes para vencer o atual cenário competitivo”.

Esta matéria foi publicada originalmente na edição 111 da Revista ESBrasil, de Outubro de 2014. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

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