Mais de 3,4 mil vias já utilizam o Revsol, que auxilia na distribuição da produção agrícola
Por Amanda Amaral
As estradas vicinais são aquelas que ligam as propriedades agrícolas às rodovias. No Espírito Santo, o uso do Revsol – produto oriundo da sobra de processos siderúrgicos – se tornou uma alternativa para a pavimentação de rotas estratégicas para o escoamento de produtos agrícolas, entre eles o café. Mais de 3,4 mil estradas capixabas já foram recuperadas.
A doação do coproduto Revsol é realizada por meio do Programa Novos Caminhos, uma parceria entre o poder público e a ArcelorMittal Tubarão. O material hoje está aplicado em pavimentações de 64 municípios do Espírito Santo.
Mais de quatro milhões de toneladas do Revsol já foram doadas e utilizadas na melhoria de cerca de 3.400 estradas e vias, correspondendo a 1.800 quilômetros, o que representa aproximadamente a distância entre Vitória e Recife.
O principal município beneficiado pelo Revsol foi Santa Maria de Jetibá, com 66 estradas pavimentadas em 2023. Em seguida, Santa Teresa realizou 33 pavimentações e Santa Leopoldina, 19.
Para que o coproduto chegue a mais locais no interior do Estado foram criados Centros de Distribuição de Revsol (CDRs) em Alfredo Chaves, Marilândia, Cachoeiro de Itapemirim, Jaguaré e Brejetuba, cinco regiões produtoras de café.
Sustentabilidade

A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Espírito Santo, desenvolvida em todos os municípios capixabas – exceto na capital do Estado, Vitória, de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Por utilizar um derivado do processo industrial em substituição aos recursos naturais, o Revsol promove sustentabilidade socioambiental à medida que as vias em bom estado possibilitam agilidade no escoamento da produção agrícola e melhoria de indicadores sociais, por meio da facilitação do acesso da população aos serviços públicos.
“Com o Programa Novos Caminhos e as melhorias nas vias, proporcionadas pelo uso do Revsol, tem sido possível ajudar na mobilidade das cidades atendidas e, com isso, impulsionar os negócios nessas regiões, estimular o turismo, assegurar às pessoas o acesso a serviços públicos e, aos produtores rurais, o escoamento de suas produções. Além disso, representa uma solução sustentável, pois os coprodutos siderúrgicos substituem os recursos naturais tradicionalmente utilizados nesse tipo de revestimento, gerando impactos positivos tanto no viés social quanto no ambiental”, explica Bernardo Enne, gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ArcelorMittal.
História

A história da aplicação do Revsol na pavimentação de estradas no Espírito Santo é contada no livro Programa Novos Caminhos – Mobilidade com Sustentabilidade, de Shirley Ribeiro. Inicialmente, estudos realizados em outros países indicavam que o uso da escória de aciaria para revestimento primário de vias poderia ser benéfico.
Contudo, era necessário um processo sistematizado para alavancar bons resultados e evitar o uso inadequado.
Foi contratado um laboratório – o Tecan, para a avaliação do material, que concluiu que seu uso não oferecia risco à saúde humana ou ao meio ambiente. Já a empresa de engenharia viária Kaeme Consultoria foi a responsável por desenvolver a forma de beneficiamento da escória de aciaria para transformá-la em um coproduto adequado à pavimentação.
Posteriormente, o material ganhou nome e marca: Revsol – Solução em Revestimento.
A partir daí foi criado, em 2006, o Programa Novos Caminhos, que estabelece uma cooperação entre a ArcelorMittal Tubarão e o poder público com o objetivo de contribuir para a melhoria da mobilidade urbana e rural. A doação dos coprodutos REVSOL® e REVSOL acontece por meio de convênio com prefeituras e outros órgãos públicos.
*Matéria publicada originalmente em 5 de julho de 2023.