Respeitável público! Pode abrir as cortinas e aplaudir os artistas em cena. Nesta segunda-feira, dia 19 de setembro, é comemorado o Dia Nacional do Teatro
Por Paula Bourguignon
A data é para comemorar e homenagear uma das mais importantes e antigas manifestações artísticas da humanidade.
Uma oportunidade de valorizar atores e atrizes brasileiros que estão nos palcos fazendo o público chorar e sorrir diante das dificuldades e obstáculos da vida.
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Uma boa notícia: Ainda inédita nos palcos do Estado, “Misery”, da produtora capixaba WB, conseguiu 5 indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, um dos mais importantes do país quando o assunto é teatro, premiando montagens em formato de musical e em prosa.
No entanto, nem tudo são flores. Quem faz teatro ainda lamenta as dificuldades no setor.
“A respeito da cena cultural aqui no Estado, acredito que melhoramos muito, mas ainda temos que melhorar. No Estado, temos vários grupos teatrais de excelente qualidade e estão sempre montando várias peças”, cita a proprietária da WB Produções, desde 2007, Bruna Dornellas.
Locais
“O que falta são espaços. Atualmente, estamos com Sesi Glória, Palácio Sonia Cabral e Sesc Gloria. São pouquíssimos espaços de incentivo à cultura. Então, não temos o hábito de fazer temporada, o que é uma pena, porque são meses para a concepção de uma peça e eles se apresentam uma vez. Ou seja, bem esporádico, sem dar continuidade”, reconhece Bruna.
O artista capixaba Marcelo Braga Roberto de Oliveira acredita que aqui no Estado ainda falta incentivo para as apresentações.
“Como artista capixaba, eu me sinto na responsabilidade de ser ainda mais brasileiro. Eu não tenho e não posso desistir nunca. A palavra resistência faz parte do meu cotidiano enquanto artista. O artista capixaba precisa ser muito mais que somente um único ofício, independente da sua área de atuação. Precisamos ser múltiplos. Ainda não temos a valorização que outros artistas têm em outros estados. No Espírito Santo, temos que correr atrás para ser vistos. É uma realidade que poderia mudar. Mas sou ator por paixão. Amo levar a minha arte a todos os cantos, cenários e o que depender de mim, vou sempre defender a cultura e entretenimento para todos”, disse o artista.20
“Avalio que o retorno dos teatros após o pico da pandemia tem sido positivo. Tudo que estamos realizando, trazendo espetáculos de fora para Vitória, tem sido sucesso e o público tem prestigiado com as casas lotadas. Isso motiva a seguirmos”, menciona Bruna.
Nomes
Um dos grandes nomes aqui no Estado como cartunista, escritor e ator foi Milson Henriques, embora tenha nascido em São João da Barra, no Rio de Janeiro, em 1938. Foi em 1964 que ele se mudou para o Espírito Santo. O artista envolveu-se com o teatro, literatura e, sua contribuição mais idealizada foi como cartunista do jornal.
A Marly é a criação mais famosa de Milson, uma solteirona que vivia ao telefone com a amiga Creuzodete. Ela é para sempre lembrada nos corações dos capixabas. No ano de 2016 ele veio a falecer, aos 78 anos devido a doença de leucemia.
Logo que se fala de Creuzodete, outro gênio era José Luiz Gobbi, ele tinha 66 anos e morreu em 2021. O ator e produtor cultural, dava vida a personagem Hello Creuzodete.
Curiosidade
Uma curiosidade: O teatro como forma de arte surgiu na Grécia Antiga. Já no Brasil, o teatro nasceu no século XVI, e tinha como objetivo espalhar a crença religiosa.
Porém, o teatro como forma de entretenimento só começou a ser comum no Brasil após a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808. Naquela época, o rei costumava convidar companhias de teatro estrangeiras para fazer as suas apresentações para a nobreza.
Em meados do século XIX começam a surgir os primeiros grupos de teatro nacionais, principalmente no gênero cômico.
