24.9 C
Vitória
sexta-feira, 26 abril, 2024

O endereço da História – Alziro Vianna

O endereço da História - Alziro Vianna

Alziro Vianna – A Revolta de Xandoca: do confronto se forja a democracia

 

Alziro Vianna viveu uma das fases mais tumultuosas da História do Espírito Santo e dela participou ativamente. Abastado e honesto atacadista na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde nasceu em 30 de outubro de 1878, foi envolvido, por força de acontecimentos que atingiram sua visão do Estado, a um conflito político que chegou muito perto da eclosão de uma revolução.

- Continua após a publicidade -

O endereço da História - Alziro Vianna

Muito antes desses registros, em 1904, Alziro Vianna, filho do major Frimo da Conceição Vianna e de Ambrozina Vianna, dedicava-se à tranquila vida de comerciante com a loja “Vianna Lima e Comp.”, em sociedade com João Evangelista de Lima e Nestor Gomes – este último viria a ser governador do Espírito Santo.

Era uma empresa em comandita destinada à exploração de comércio por atacado de diversos gêneros. Um segundo estabelecimento, a “Casa Comercial Ferreira Vianna”, ampliou seus negócios.

Humanista e generoso, Alziro Vianna dedicou-se desde cedo a atividades voltadas para o bem comum, tendo sido eleito, no dia 13 de março de 1892, primeiro secretário da Associação Beneficente Cachoeirense.

 

Sua inexperiência no campo político levou-o a uma desastrosa disputa municipal, em 1908. Candidato da oposição ao cargo de prefeito, obteve apenas
92 votos, sendo derrotado pelo seu adversário, sufragado com 788. Em 1913, escolhido vice-presidente do PRL (Partido Republicano Liberal), foi envolvido em ocorrências que iriam abalar a própria estrutura político-democrática
do Espírito Santo.

O endereço da História - Alziro Vianna

Em 25 de março de 1916, foram realizados conturbados pleitos para o Governo do Estado. O resultado apontou a vitória de Marcondes Alves de Souza, mas foi impugnado pelo doutor Pinheiro Júnior, fundador do PRL (Partido Republicano Liberal), do qual Vianna fora titular da vice-presidência, em 1913.
Esse entrevero teve desdobramentos até a chamada “Revolta do Xandoca”, quando o candidato derrotado se autoproclamou governador do Estado, sediando sua estrutura administrativa em Colatina.

Alziro Vianna foi nomeado, pelo governador autodeclarado, prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. O alto escalão da Justiça brasileira considerou ilegal o movimento liderado pelo presidente do PRL, julgando como legítima a vitória de Marcondes Alves de Souza. Uma tentativa de sublevação foi denunciada pelo jornal “Diário da Manhã”, na edição de 9 de maio de 1916. Com destaque, o periódico publicou, sob o título “Denúncia à nação”, que um grupo armado, comandado por Vianna, se preparava para atacar municípios e até a capital. O fato não se confirmou, mas se sabe que em 1921 o antigo comerciante, e já então prócer político, transferiu sua residência para Vitória,
exercendo na cidade atividade como professor.

Alziro Vianna, homem atento à demarrage da economia do Estado, tornou-se acionista do Banco do Espírito Santo. Foi novamente indicado, em 24 de novembro de 1923, para substituir o secretário da Fazenda, o que já fizera em outras ocasiões, e logo depois, em 4 de dezembro, para suceder o secretário da Instrução, enquanto durasse o impedimento do titular, Mirabeau da Rocha Pimentel.

Presidente do Estado, Florentino Avidos assinou o Decreto 6.660, datado de 23 de abril de 1924, nomeando-o secretário da Fazenda, função que exerceu até 1928.
Realizou, por seu filho Ary de Figueira Vianna, o sonho de ser prefeito de sua cidade natal, entre 1943 e 1946, e como representante de seus comunícipes no Legislativo foi deputado estadual, deputado federal (1946 a 1951) e senador da República (de 1955 a 1963).

Internado para tratamento na Casa de Saúde Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, lá faleceu, depois de dois meses no hospital, aos 56 anos de idade. Seu corpo foi transladado para Vitória e sepultado no Cemitério de Santo Antônio. Deixou os filhos Ary, Anízio, Amaryls, Magdalena e Maria Laura, casada com o doutor Beleza. Sua esposa chamava-se Corinthia Ferreira da Silva, cujo consórcio foi realizado na Vila de Castelo, no dia 27 de fevereiro de 1904. (Copidesque: Rubens Pontes).

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA