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sexta-feira, 10 maio, 2024

O caminho para o Desenvolvimento Sustentável é a Educação Ambiental

Para que haja perpetuação das atividades econômicas, manutenção da qualidade de vida e proteção dos ecossistemas é fundamental modificar atitudes, valores e o comportamento dos seres humanos.

Por Luiz Fernando Schettino

O termo educação ambiental surgiu em 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (Suécia), quando a humanidade tomou conhecimento dos problemas ambientais e os líderes e estudiosos presentes definiram que a saída para mudar a relação do ser humano com a natureza seria a educação.

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Assim, a partir daquela Conferência da ONU, é que, de fato se começou a discutir os problemas ambientais tendo por fundamento de mudança de atitude a formação dos indivíduos e seus valores e, para isso, se entendeu que deveria ter uma ferramenta transformadora, à qual se denominou Educação Ambiental.

Passou-se a entender que para que houvesse a perpetuação das atividades econômicas, manutenção da qualidade de vida e proteção dos ecossistemas seria fundamental modificar atitudes, valores e o comportamento dos seres humanos. Passando-se a entender que só ocorreria avanços e celeridade nessa ação educando, conscientizando e sensibilizando todas as pessoas. Visto que muita gente pensava e muitos ainda pensam que educação ambiental é para crianças e deve ser feita apenas na escola ou através dela.

As escolas e professores tem papel muitíssimo importante na educação ambiental, mas não podem arcar com as responsabilidades de construir os valores da sustentabilidade sozinhos. É necessário assim, que o trabalho comece em casa, seja levado aos ambientes de trabalho, de lazer e de fé, devendo incluir todas as profissões e níveis sociais. Ou seja, de cada um de nós, até os mandatários máximos das áreas pública e privada.

Esta nova concepção precisa ser trabalhada constantemente no sentido de se consolidar, na sociedade e no cidadão, nova forma de ver o ambiente que nos cerca e que nos relacionamos. Visto que o desenvolvimento de um país não pode mais ser medido pelo crescimento do PIB, das Bolsas de Valores e de outros indicadores econômicos. Deve, sim, levar em conta outros índices como expectativa de vida, taxa de analfabetismo, a distribuição de renda, sua biodiversidade e a forma como se dá o uso dos ecossistemas e dos recursos naturais.

O desenvolvimento socioeconômico e a busca pelo progresso precisam ocorrer em equilíbrio com a proteção ambiental e a manutenção da qualidade de vida da população.

Tornando-se necessário, portanto, definir uma gestão racional dos recursos naturais, repensar valores éticos de nossa sociedade e adotar uma estratégia de harmonização entre crescimento, preservação do meio ambiente e qualidade de vida.
Tudo isso deve ocorrer utilizando o conhecimento científico e as melhores tecnologias, mas principalmente por meio de ações educativas, pois, mesmo que já tenhamos um grande aparato legal ambiental, ele sozinho não é suficiente para tornar as ações humanas sustentáveis. A questão básica, portanto, é ensinar para as pessoas a conhecerem a capacidade da economia de se sustentar num dado nível de produção, mantendo determinado padrão de vida e utilizando de forma racional os recursos naturais.

A partir desses dados, pode-se estabelecer a gestão adequada dos empreendimentos, dos processos e do uso dos recursos naturais. O processo de gerenciamento destinado a otimizar o uso dos recursos ambientais e, ao mesmo tempo, melhorar o padrão de vida não pode se restringir aos aspectos econômicos, mas deve alcançar também ao fator socioambiental.

A construção desse novo paradigma torna obrigatório o estabelecimento de outra visão do que seja desenvolvimento. Deve-se consolidar uma nova forma de administrar o meio ambiente, buscando priorizar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e locais possíveis de ser trabalhada; visando sempre, melhorar a qualidade de vida e ajudando a criar mecanismos sociais que ajudem no estabelecimento de limites e/ou do cumprimento efetivo daquilo previsto em leis no tocante a proteção ambiental. Para haver assim, conservação efetiva da biodiversidade, manutenção da qualidade do ar e das águas interiores, dos mares e oceanos e a conservação dos solos. Só assim, então, com educação ambiental, ao lado de outros mecanismos como fiscalização, monitoramento e investimentos em Pesquisa e desenvolvimento, é que se conseguirá caminhar para um modelo sustentável de desenvolvimento, visto que com o crescimento da conscientização é que se pode atingir as causas estruturais da degradação ambiental e tornar o modelo econômico atual mais sustentável, o mais breve possível.

Luiz Fernando Schettino Engenheiro Florestal/ Advogado, Professor Universitário, Mestre e Doutor em Ciência Florestal, Ex-Secretário Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo – SEAMA e Ex-Diretor Geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo – ASPE.

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