Presença de mulheres do setor já é perceptível, mas os homens ainda são maioria no mercado
O setor de tecnologia sempre foi conhecido por ser quase um clube do bolinha, uma referência a um personagem das histórias em quadrinhos, mas esse panorama está mudando exponencialmente nos últimos anos. As mulheres ganharam espaço também nesse setor, e já conseguem o seu lugar ao sol nesse concorrido mercado.
Um exemplo é Thaís Leal, com 29 anos, ela já está trabalhando há alguns anos no desenvolvimento de softwares na Mitis Tecnologia, uma empresa de tecnologia sediada na Serra, e tem recebido a aprovação do CEO da empresa Rodrigo Maxwel.
Segundo o empresário com mais de 20 anos de mercado, as mulheres têm tudo para se destacar nesse setor. “Elas são mais detalhistas que os homens e como conseguem ser multitarefa desenvolvem mais de um trabalho ao mesmo tempo, o que assegura um melhor resultado”, certifica.
Rodrigo lembra que apesar das conquistas recentes das mulheres nessa área, elas ainda são uma minoria dentro das empresas e profissionais difíceis de encontrar no mercado para contratação. “É uma carência que existe no mercado atualmente. Se encontrarmos mais profissionais como a Thaís, com certeza serão contratadas”, afirma.
Mudança de carreira
Mas o mais surpreendente na história de Thaís é sua trajetória. Formada em Gastronomia, chegou a ser dona de um restaurante. Mas problemas de saúde a obrigaram a fechar o negócio. Com os recursos que tinha abriu uma empresa de programação de softwares com o marido que já trabalhava nessa área. Ela fazendo a administração e ele o desenvolvimento dos programas.
Com o tempo, Thaís passou a estudar linguagens de programação e a ajudar o marido na empresa. Buscando uma oportunidade de trabalhar numa empresa de maior porte e aprimorar os seus conhecimentos, ela foi para a Mitis, onde faz a programação em HTML e desenvolve a parte visual dos programas – aquela com a qual interagimos – e vem conseguindo grande sucesso.
Thaís diz que apesar da área de desenvolvimento ser predominantemente masculina, nunca teve problemas com os colegas ou com o chefe, que é bastante exigente. “Apesar de ser uma das poucas mulheres nessa área no estado, eu não me arrependo da escolha que fiz e indico para outras garotas que estejam pensando em trilhar esse caminho”, assegura a programadora.
Outra coisa curiosa para ela, foi a reação de alguns clientes quando descobriam que a programação do software que compravam era feito por uma mulher. “A reação era engraçada, de surpresa. Nunca houve, no entanto, qualquer desaprovação pelo fato de eu ser mulher”, afirma.