Glória Maria, que faleceu aos 73 anos, lutava contra o câncer desde 2019
Por Sabrina Ruela
Pioneira no jornalismo da TV brasileira, morre, nesta testa terça-feira (2), aos 73 anos, a jornalista Glória Maria, após lutar contra o câncer. Ela foi a primeira repórter negra com destaque na TV, e iniciou sua carreira, ainda como estagiária da Globo, na década de 1970, ainda como estudante universitária na PUC-Rio.
Glória Maria se sobressaiu pela sua competência, criatividade, versatilidade e ousadia. Suas reportagens eram apresentadas de forma irreverente e inusitada. Foi ela que introduziu as matérias participativas na TV, em que o repórter aparece experimentando situações narradas na reportagem, promovendo assim uma aproximação com o telespectador, o que se tornou a sua marca, e serviu de inspiração para as gerações posteriores de jornalistas.
A jornalista Leilane Neubarth manifestou sua solidariedade dizendo que “Glória Maria trouxe vida para o jornalismo brasileiro; sem mudar o seu jeito dentro do estúdio, ela encheu o jornalismo de vida”. Desde 2019, Glória estava lutando contra um câncer de pulmão. Apesar de a imunoterapia ter funcionado, após uma metástase no cérebro, inicialmente tratada com êxito, os tratamentos deixaram de ter sucesso.
Glória Maria mostrou mais de 100 países ao longo de sua carreira. Além de entrevistar chefes de estado durante a ditadura militar, cobriu acontecimentos internacionais, como a posse de Jimmy Carter, em Washington e gravou uma reportagem em pleno ar, voando de asa-delta.
“Eu sou uma pessoa movida pela curiosidade e pelo susto. Se eu parar para pensar racionalmente, não faço nada. Tenho que perder a racionalidade pra ir, deixar a curiosidade e o medo me levarem, que aí eu faço qualquer coisa.”